Esta palavra é dura. Quem consegue escutá-la?

Sábado, 29 de Abril de 2023

Santa Catarina de Sena, virgem e doutora da Igreja, Memória

3ª Semana da Páscoa

Leituras:

At 9,31-42

Sl 115(116B),12-13.14-15.16-17 (R. 12)

Jo 6,60-69

EVANGELHO

A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João 6,60-69

Naquele tempo: 60 muitos dos discípulos de Jesus que o escutaram, disseram: “Esta palavra é dura. Quem consegue escutá-la?” 61 Sabendo que seus discípulos estavam murmurando por causa disso mesmo, Jesus perguntou: “Isto vos escandaliza? 62 E quando virdes o Filho do Homem subindo para onde estava antes? 63 O Espírito é que dá vida, a carne não adianta nada. As palavras que vos falei são espírito e vida. 64 Mas entre vós há alguns que não creem”. Jesus sabia, desde o início, quem eram os que não tinham fé e quem havia de entregá-lo. 65 E acrescentou: “É por isso que vos disse: ninguém pode vir a mim a não ser que lhe seja concedido pelo Pai”. 66 A partir daquele momento, muitos discípulos voltaram atrás e não andavam mais com ele. 67 Então, Jesus disse aos doze: “Vós também quereis ir embora?” 68 Simão Pedro respondeu: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. 69 Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o Santo de Deus”. Palavra da Salvação.

Reflexão

Jesus se proclamou o pão da vida. E os seus ouvintes consideraram esta palavra muito dura. De certa forma, Jesus punha em questão toda essa organização da vida em torno do material e do sucesso pessoal. A teologia de sua época era a teologia da retribuição, também chamada, teologia da prosperidade. Esse tipo de pensamento, praticamente, coloca Deus a serviço do homem. Os sinais de sua presença e de seu amor consistem em beneficiar os seres humanos e dar-lhe aquilo que querem e desejam. Mas, Jesus começa a falar de dom e recoloca Deus no centro da religião. Suas palavras são espírito e vida, mas dependem de acolhida, de opção pessoal, de fé. E Jesus sabia que muitos não estavam dispostos a crer. Antes de perguntarmos se Deus preenche o espaço que lhe é devido em nossa vida é necessário saber que espaço lhe queremos dar. Antes de dizer se nos decepcionamos com Ele é necessário saber o que foi que buscamos nele, o que foi que esperamos. Para aqueles que vivem voltados para o mundo, Deus será uma decepção, sua palavra soará como muito dura e até impossível de aceitar. Para quem busca palavras de vida eterna, a resposta para a questão de se também queremos desistir de Jesus encontra-se na resposta de Pedro: A quem iremos? Isto é, para quem busca palavras de vida eterna, Jesus é o único caminho. Para quem busca apenas as coisas do mundo, sua palavra é muito dura e ninguém é capaz de ouvi-la. Há que se fazer um questionamento pessoa a cada um de nós. As palavras de Jesus, para nós, são duras e difíceis de escutar ou são palavras de vida eterna? O que é que realmente esperamos de Jesus? Para nós Ele é uma alternativa ou é o único caminho?

D. Rogério

Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o atrai.

Quinta-feira, 27 de Abril de 2023

3ª Semana da Páscoa

Leituras:

At 8,26-40

Sl 65(66),8-9.16-17.20 (R. 1)

Jo 6,44-51

EVANGELHO

Eu sou o pão vivo descido do céu.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João 6,44-51

Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 44 “Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o atrai. E eu o ressuscitarei no último dia. 45 Está escrito nos Profetas: ‘Todos serão discípulos de Deus’. Ora, todo aquele que escutou o Pai e por ele foi instruído, vem a mim. 46 Não que alguém já tenha visto o Pai. Só aquele que vem de junto de Deus viu o Pai. 47 Em verdade, em verdade vos digo, quem crê, possui a vida eterna. 48 Eu sou o pão da vida. 49 Os vossos pais comeram o maná no deserto e, no entanto, morreram. 50 Eis aqui o pão que desce do céu: quem dele comer, nunca morrerá. 51 Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo”. Palavra da Salvação.

Reflexão

Ninguém quer morrer. E a promessa da ressurreição pode encantar qualquer ser humano. Mas tudo gira em torno de crer no Filho enviado do Pai. Sua intimidade na Comunhão Trinitária com o Pai é tão forte que ninguém pode separar a aceitação da vontade do Pai da fé no Filho Encarnado. Ele é o pão descido do céu. Quem dele comer nunca morrerá. Quem comer deste pão viverá eternamente. Por isso, para ser “discípulos de Deus” é preciso escutar o Pai e ser por Ele instruído e, finalmente, vir a Cristo. O que demonstra que ninguém vai ao pai senão pelo Filho. Mas também ninguém vai ao Filho se o Pai não o atrair. Aqui se trata de verdadeira comunhão. É por isso que podemos dizer sem medo que há um só Deus em três pessoas. Há três pessoas e um só Deus. A comunhão da Trindade expressa sua unidade. E a ação do Pai, do Filho e do Espírito Santo expressa sua diversidade. É a uma vida assim trinitária, unindo-nos ao Pai, pelo Filho, no Espírito Santo é que somos convidados. E é a uma vida assim na comunhão que somos convidados a viver entre nós. É isso que gera a verdadeira vida, que se torna eterna.

D. Rogério

Eu desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou.

Quarta-feira, 26 de Abril de 2023

3ª Semana da Páscoa

Leituras:

At 8,1b-8

Sl 65(66),1-3a.4-5.6-7a (R. 1)

Jo 6,35-40

EVANGELHO

Esta é a vontade do meu Pai: toda pessoa que vê o Filho tenha a vida eterna.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João 6,35-40

Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 35 “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede. 36 Eu, porém, vos disse que vós me vistes, mas não acreditais. 37 Todos os que o Pai me confia virão a mim, e quando vierem, não os afastarei. 38 Pois eu desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. 39 E esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não perca nenhum daqueles que ele me deu, mas os ressuscite no último dia. 40 Pois esta é a vontade do meu Pai: que toda pessoa que vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna. E eu o ressuscitarei no último dia”. Palavra da Salvação.

Reflexão

Um único objetivo na vida: fazer a vontade do Pai. Ele não tinha outro plano. Nada o motivava a coisa alguma que não fosse essa missão. E, como Ele bem explica, a vontade do Pai é que Ele não perca nenhum daqueles que o Pai lhe deu, mas o ressuscite no último dia. Isto é, por causa do Pai, Jesus abraçou toda a humanidade. É por isso que podemos dizer que Ele se consagrou para essa missão salvadora. E Ele nos convida a vivermos também assim. Nos dias de hoje, as pessoas são levadas a traçarem um objetivo autoreferencial para viver. Quer dizer, as pessoas vivem para si mesmas, para fazerem a própria vontade, para satisfazerem todos os seus impulsos e anseios. E, no entanto, isso não tem sido capaz de fazer com que o mundo fosse melhor, nem que as pessoas fossem mais felizes. No fundo a autoreferencialidade só nos leva à frustração. É preciso romper a cadeia do egoísmo que nos aprisiona. Não fomos feitos para girarmos em torno de nós mesmos. Não somos deuses! Por isso, precisamos reconhecer o único e verdadeiro Deus e, por causa dele, transformar a nossa vida em dom para os nossos irmãos. Isso não nos levará à frustração. Pelo contrário, nos devolverá a nós mesmos e aos anseios mais profundos de nossa vida. Isto é, seremos felizes!

D. Rogério

Os discípulos então saíram e pregaram por toda parte.

Terça-feira, 25 de Abril de 2023

São Marcos Evangelista, Festa, Ano A

3ª Semana da Páscoa

Leituras:

1Pd 5,5b-14

Sl 88(89),2-3,6-7,16-17 (R. cf. 2a)

Mc 16,15-20

EVANGELHO

Anunciai o Evangelho a toda criatura.

Conclusão do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 16,15-20

Naquele tempo, Jesus se manifestou aos onze discípulos, 15 e disse-lhes: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura! 16 Quem crer e for batizado será salvo. Quem não crer será condenado. 17 Os sinais que acompanharão aqueles que crerem serão estes: expulsarão demônios em meu nome, falarão novas línguas; 18 se pegarem em serpentes ou beberem algum veneno mortal não lhes fará mal algum; quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados”. 19 Depois de falar com os discípulos, o Senhor Jesus foi levado ao céu, e sentou-se à direita de Deus. 20 Os discípulos então saíram e pregaram por toda parte. O Senhor os ajudava e confirmava sua palavra por meio dos sinais que a acompanhavam. Palavra da Salvação.

Reflexão

Não é qualquer coisa que impressiona um grupo de pessoas que passam a pregar em toda parte e enfrentando todos os riscos. Há uma impressão pessoal muito forte nessa ação aparentemente grupal. A presença de Jesus Ressuscitado e, mais que isso, a ordem dada por Ele de pregar e batizar pelo mundo inteiro. A consciência de que Deus confiou em cada um deles é o que move suas vidas dali pra frente. Essa nova missão também confere novo sentido à vida deles. E deve ser assim também conosco. Nossa relação direta e pessoal com Jesus nos leva a não calar o que experimentamos na amizade que Ele trava conosco. Ou temos essa experiência, ou seremos apenas adeptos de uma ideia interessante e simpatizantes de uma pessoa inteligente. Mas, a questão é que o nosso relacionamento com Jesus constitui uma experiência de Deus. Isto é, o encontro mais íntimo que podemos ter com o nosso Criador, com o Onipotente e Providente Deus da nossa vida. Se é assim que nos relacionamos com Jesus, então, tudo muda, e passamos a viver a nossa vida por Ele e não por nós.

D. Rogério

Tu és o único peregrino em Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes últimos dias?

Domingo, 23 de Abril de 2023

3º Domingo da Páscoa, Ano A

Leituras:

At 2,14.22-33

Sl 15(16),1-2a.5.7-8.9-10.11 (R. 11ab)

1Pd 1,17-21

Lc 24,13-35

EVANGELHO

Reconheceram-no ao partir o pão.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 24,13-35

Naquele mesmo dia, o primeiro da semana, dois dos discípulos de Jesus iam para um povoado, chamado Emaús, distante onze quilômetros de Jerusalém. Conversavam sobre todas as coisas que tinham acontecido. Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles. Os discípulos, porém, estavam como que cegos, e não o reconheceram. Então Jesus perguntou: ‘O que ides conversando pelo caminho?’ Eles pararam, com o rosto triste, e um deles, chamado Cléofas, lhe disse: ‘Tu és o único peregrino em Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes últimos dias?’ Ele perguntou: ‘O que foi?’ Os discípulos responderam: ‘O que aconteceu com Jesus, o Nazareno, que foi um profeta poderoso em obras e palavras, diante de Deus e diante de todo o povo. Nossos sumos sacerdotes e nossos chefes o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. Nós esperávamos que ele fosse libertar Israel, mas, apesar de tudo isso, já faz três dias que todas essas coisas aconteceram! É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos deram um susto. Elas foram de madrugada ao túmulo e não encontraram o corpo dele. Então voltaram, dizendo que tinham visto anjos e que estes afirmaram que Jesus está vivo. Alguns dos nossos foram ao túmulo e encontraram as coisas como as mulheres tinham dito. A ele, porém, ninguém o viu.’ Então Jesus lhes disse: ‘Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram! Será que o Cristo não devia sofrer tudo isso para entrar na sua glória?’ E, começando por Moisés e passando pelos Profetas, explicava aos discípulos todas as passagens da Escritura que falavam a respeito dele. Quando chegaram perto do povoado para onde iam, Jesus fez de conta que ia mais adiante. Eles, porém, insistiram com Jesus, dizendo: ‘Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!’ Jesus entrou para ficar com eles. Quando se sentou à mesa com eles, tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e lhes distribuía. Nisso os olhos dos discípulos se abriram e eles reconheceram Jesus. Jesus, porém, desapareceu da frente deles. Então um disse ao outro: ‘Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho, e nos explicava as Escrituras?’ Naquela mesma hora, eles se levantaram e voltaram para Jerusalém onde encontraram os Onze reunidos com os outros. E estes confirmaram: ‘Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!’ Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho, e como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão. Palavra da Salvação

Reflexão

Todo mundo sabia o que tinha acontecido com Jesus, o Nazareno. Pelo menos, até uma parte da história. Mas, aqueles dois discípulos sabiam um pouco mais. Cléofas explicou: É verdade que algumas mulheres do nosso grupo foram de madrugada ao túmulo e não encontraram o corpo dele. Portanto, o túmulo estava vazio. As mulheres também disseram que tinham tido visões de anjos que diziam que Jesus estava vivo. Porém, nas palavras dos dois discípulos só havia decepção e descrença. Eles dizem que esperavam que ele fosse libertar Israel, mas já fazia três dias de sua morte. E, mesmo tendo ouvido o relato das visões das mulheres eles diziam que elas não o tinham visto. Então, os discípulos giravam em torno da decepção. E era por isso que estavam indo embora. A presença de Jesus e sua palavra encantadora não eram capazes de abrir-lhes os olhos. A única coisa que fará diferença será um pequeno sinal: o partir do pão. Aquele gesto lembrou a última ceia. Foi quando Ele tinha tomado o pão e, depois de abençoá-lo, partiu e disse que aquilo era o seu corpo que seria entregue por eles. Naquela refeição Jesus tinha feito referência a um sacrifício que seria realizado nele mesmo em favor da humanidade. O pão era seu corpo e o vinho era seu sangue. Agora aquelas palavras fizeram sentido. Eles entenderam o que as palavras pronunciadas pelo estrangeiro do caminho queriam dizer. E entenderam também o que as palavras de Jesus na última ceia significavam. E nessa compreensão uma descoberta ainda maior. Esse estrangeiro é Ele. E Jesus desapareceu! Como se o pão partido tivesse ficado em seu lugar. Os dois homens, então, compreendem que estão indo na direção errada. Jerusalém é o lugar deles. Porque a história do seguimento de Jesus não terminou. O caminho não acabou! Por isso, eles voltam. E é assim que acontece também conosco. Quando o caminho parece que terminou, queremos voltar atrás. Quando a decepção toma conta de nós, não conseguimos enxergar a presença que está ao nosso lado. Porém, quando alguma coisa nos toca profundamente, mesmo que seja por um pequeno e breve sinal, compreendemos que estamos na direção errada. E podemos retomar o caminho de onde paramos. Podemos voltar para a frente, de onde tínhamos saído.

D. Rogério

Sou eu. Não tenhais medo.

Sábado, 22 de Abril de 2023

2ª Semana da Páscoa

Leituras:

At 6,1-7

Sl 32(33),1-2.4-5.18-19 (R. 22)

Jo 6,16-21

EVANGELHO

Enxergaram Jesus, andando sobre as águas.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João 6,16-21

16 Ao cair da tarde, os discípulos desceram ao mar. 17 Entraram na barca e foram em direção a Cafarnaum, do outro lado do mar. Já estava escuro, e Jesus ainda não tinha vindo ao encontro deles. 18 Soprava um vento forte e o mar estava agitado. 19 Os discípulos tinham remado mais ou menos cinco quilômetros, quando enxergaram Jesus, andando sobre as águas e aproximando-se da barca. E ficaram com medo. 20 Mas Jesus disse: “Sou eu. Não tenhais medo”. 21 Quiseram, então, recolher Jesus na barca, mas imediatamente a barca chegou à margem para onde estavam indo. Palavra da Salvação.

Reflexão

Quem anda sobre as águas causa uma impressão misteriosa. Assim também, quem consegue estar acima dos problemas dessa vida, normalmente, atrairá a atenção e causará admiração. Nós somos seres que vivemos imersos nos mistérios da nossa existência e sucumbimos diante do peso das decisões que devemos tomar, somado ao medo que sentimos diante das consequências que decorrem dessas escolhas. Não temos em nós mesmos a força e a sabedoria necessários para estar sobre os nossos problemas. Mas, quem se apresenta a nós como nosso Mestre, o Filho de Deus, esse é capaz de nos olhar a partir de nossas fraquezas e também enxergando em nós o que temos de capacidades de superação. Jesus vindo ao nosso encontro, acima de nossas confusões, é a segurança de que precisamos para viver e enfrentar também nossas inquietações. Jesus nos dizendo: “Sou eu. Não tenhais medo” é o conforto de que precisamos para saber que não somos seres solitários no Universo e nem no mundo. Deus está conosco. Está ao nosso lado. E está dentro de nós. Nosso medo se desfaz quando descobrimos que não estamos sozinhos. Só o Filho de Deus, o Verbo Encarnado, é capaz de nos dar essa segurança.

D. Rogério

Onde vamos comprar pão para que eles possam comer?

Sexta-feira, 21 de Abril de 2023

2ª Semana da Páscoa

Leituras:

At 5,34-42

Sl 26(27),1.4.13-14 (R. cf. 4ab)

Jo 6,1-15

EVANGELHO

Distribuiu-os aos que estavam sentados, tanto quanto queriam.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João 6,1-15

Naquele tempo, 1 Jesus foi para o outro lado do mar da Galileia, também chamado de Tiberíades. 2 Uma grande multidão o seguia, porque via os sinais que ele operava a favor dos doentes. 3 Jesus subiu ao monte e sentou-se aí, com os seus discípulos. 4 Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus. 5 Levantando os olhos, e vendo que uma grande multidão estava vindo ao seu encontro, Jesus disse a Filipe: “Onde vamos comprar pão para que eles possam comer?” 6 Disse isso para pô-lo à prova, pois ele mesmo sabia muito bem o que ia fazer. 7 Filipe respondeu: “Nem duzentas moedas de prata bastariam para dar um pedaço de pão a cada um”. 8 Um dos discípulos, André, o irmão de Simão Pedro, disse: 9 “Está aqui um menino com cinco pães de cevada e dois peixes. Mas o que é isso para tanta gente?” 10 Jesus disse: “Fazei sentar as pessoas”. Havia muita relva naquele lugar, e lá se sentaram, aproximadamente, cinco mil homens. 11 Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, tanto quanto queriam. E fez o mesmo com os peixes. 12 Quando todos ficaram satisfeitos, Jesus disse aos discípulos: “Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca!” 13 Recolheram os pedaços e encheram doze cestos com as sobras dos cinco pães, deixadas pelos que haviam comido. 14 Vendo o sinal que Jesus tinha realizado, aqueles homens exclamavam: “Este é verdadeiramente o Profeta, aquele que deve vir ao mundo”. 15 Mas, quando notou que estavam querendo levá-lo para proclamá-lo rei, Jesus retirou-se de novo, sozinho, para o monte. Palavra da Salvação.

Reflexão

A pergunta de Jesus provocou os discípulos a olharem para as necessidades e, ao mesmo tempo, para as possibilidades. Onde comprar alimento para tanta gente? Está aqui um menino que tem cinco pães e dois peixes. Mas o que é isso para tanta gente? De fato, enquanto não nos damos conta de nossas necessidades, não nos empenhamos a conseguir o que precisamos. E enquanto não nos damos conta de nossas limitações, não chegamos a permitir que Deus entre na nossa história. A nossa insuficiência é um verdadeiro combustível para o que temos de fazer. E a consciência de nossas limitações, abrimos o espaço necessário em nossa vida para que Deus possa agir. Cada um de nós precisa de tantas coisas. E não sabe como encontrar. Porém, os dons que Deus nos deu ganham a potencialidade de realizar o que é preciso se estamos dispostos a entregar a Deus tanto nossas capacidades quanto nossas limitações. Se Jesus conhece nossas necessidades, e se encontra a nossa generosidade, Ele sempre será capaz de fazer multiplicar o que temos, a ponto de nos saciar no mais profundo de nossos anseios. Comunhão e partilha são dois lados de uma mesma moeda que constitui a riqueza do nosso ser cristãos, discípulos de Cristo e também missionários do Pai.

D. Rogério

Quem aceita o seu testemunho atesta que Deus é verdadeiro.

Quinta-feira, 20 de Abril de 2023

2ª Semana da Páscoa

Leituras:

At 5,27-33

Sl 33(34),2 e 9.17-18.19-20 (R. 7a)

Jo 3,31-36

EVANGELHO

O Pai ama o Filho e entregou tudo em sua mão.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João 3,31-3631

“Aquele que vem do alto está acima de todos. O que é da terra, pertence à terra e fala das coisas da terra. Aquele que vem do céu está acima de todos.32 Dá testemunho daquilo que viu e ouviu, mas ninguém aceita o seu testemunho. 33 Quem aceita o seu testemunho atesta que Deus é verdadeiro. 34 De fato, aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus, porque Deus lhe dá o espírito sem medida. 35 O Pai ama o Filho e entregou tudo em sua mão. 36 Aquele que acredita no Filho possui a vida eterna. Aquele, porém, que rejeita o Filho não verá a vida, pois a ira de Deus permanece sobre ele”. Palavra da Salvação.

Reflexão

Aceitar o testemunho significa dar crédito, ter fé. A única coisa que qualifica a verdadeira fé é o ato de considerar suficiente a palavra de quem falou. Quem aceita o testemunho de alguém, sem pedir nenhuma prova ou justificativa, demonstra que acredita na pessoa que está falando. E se esse testemunho se refere a alguém que enviou quem está falando, então, a fé demonstrada não se refere apenas ao enviado, mas ao que o enviou. O nosso mundo não está acostumado com esse tipo de raciocínio, porque um mundo em disputa, onde o que contam são os interesses e a força para protegê-los, apenas a palavra dos fortes é considerada. Quem demonstra a fraqueza de quem não tem senão a palavra, sem nenhum poder para impô-la, esse conta apenas com a força da verdade. Mas, num certo sentido, a verdade se impõe por ela mesma, mas apenas para quem aceita o testemunho. Se houver a dependência de outro tipo de força para fazer valer a verdade, então, nesse caso, a verdade será fraca. E é isso que acontece com quem está voltado apenas para as coisas de baixo. Esse não terá a capacidade de reconhecer o testemunho de Jesus, porque Ele não fala do mundo, mas do Céu. Claro, isso não significa que a palavra de Jesus seja desligada da vida. Mas ela fala de uma realidade da vida que não se explica pelas coisas do mundo, de baixo. É por isso que é preciso nascer do alto para acolher o Reino de Deus.

D. Rogério