Sexta-feira, 14 de Abril de 2023
OITAVA DA PÁSCOA
Leituras:
At 4,1-12
Sl 117(118),1-2 e 4.22-24.25-27a (R. 22)
Jo 21,1-14
EVANGELHO
Jesus aproximou-se, tomou o pão e distribuiu-o por eles. E fez a mesma coisa com o peixe.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João 21,1-14
Naquele tempo, 1 Jesus apareceu de novo aos discípulos, à beira do mar de Tiberíades. A aparição foi assim: 2 Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Dídimo, Natanael de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos de Jesus. 3 Simão Pedro disse a eles: “Eu vou pescar”. Eles disseram: “Também vamos contigo”. Saíram e entraram na barca, mas não pescaram nada naquela noite. 4 Já tinha amanhecido, e Jesus estava de pé na margem. Mas os discípulos não sabiam que era Jesus. 5 Então Jesus disse: “Moços, tendes alguma coisa para comer?” Responderam: “Não”. 6 Jesus disse-lhes: “Lançai a rede à direita da barca, e achareis”. Lançaram pois a rede e não conseguiam puxá-la para fora, por causa da quantidade de peixes. 7 Então, o discípulo a quem Jesus amava disse a Pedro: “É o Senhor!” Simão Pedro, ouvindo dizer que era o Senhor, vestiu sua roupa, pois estava nu, e atirou-se ao mar. 8 Os outros discípulos vieram com a barca, arrastando a rede com os peixes. Na verdade, não estavam longe da terra, mas somente a cerca de cem metros. 9 Logo que pisaram a terra, viram brasas acesas, com peixe em cima, e pão. 10 Jesus disse-lhes: “Trazei alguns dos peixes que apanhastes”. 11 Então Simão Pedro subiu ao barco e arrastou a rede para a terra. Estava cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes; e apesar de tantos peixes, a rede não se rompeu. 12 Jesus disse-lhes: “Vinde comer”. Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar quem era ele, pois sabiam que era o Senhor. 13 Jesus aproximou- se, tomou o pão e distribuiu-o por eles. E fez a mesma coisa com o peixe. 14 Esta foi a terceira vez que Jesus, ressuscitado dos mortos, apareceu aos discípulos. Palavra da Salvação.
Reflexão
O Evangelho de João já tinha concluído sua narração, no capítulo 20, contando duas aparições de Jesus aos discípulos: Uma no entardecer daquele mesmo dia, o primeiro da semana, quando Jesus entrou com as portas fechadas e, oferecendo-lhes a paz, soprou sobre eles para que recebessem o Espírito Santo; e outra quando, oito dias depois apareceu-lhes novamente, quando Tomé estava presente, para dizer-lhe que são felizes os que creram sem ter visto. Então João termina o Evangelho dizendo que Jesus fez muitas outras coisas que não estão no livro, mas essas foram escritas para que se creia que Ele era o Filho de Deus e, crendo se tenha a vida. Agora João retoma a história, no capítulo 21, para contar a pesca de Pedro e mais 6 discípulos, com Jesus à margem, sucedida de uma refeição à praia, e depois um diálogo com Pedro sobre se este amava Jesus. Nesse trecho, vemos uma contraposição entre Pedro e o discípulo amado, conforme já estava presente quando foram ao túmulo a pedido de Maria Madalena. É o discípulo amado quem reconhece que era o Senhor, mas é Pedro quem toma a iniciativa de atirar-se na água para ir ao encontro de Jesus. Duas coisas muito importantes: reconhecer o Senhor e ir ao seu encontro. Parece que as duas ações se completam. Os dois discípulos agem como se fosse uma só pessoa. Podemos ver nisso a unidade da Igreja e o papel comunitário dos discípulos de Jesus. Já a pesca recorda que, sem Jesus, nenhum esforço tem sucesso. Ouvindo a palavra de Jesus a pesca se torna plena (153 peixes). O sucesso da pesca, atendendo à Palavra de Jesus, expressa a missão da Igreja, realizada de maneira universal, somente possível com o auxílio do mestre. Os esforços humanos são sempre insuficientes. Na refeição, que por um lado, deveria se fazer a partir dos peixes trazidos pelos discípulos, mas que na verdade já estava preparada quando eles chegaram à praia, se demonstra que é Deus quem toma a iniciativa de reunir o seu povo, embora conte também com os esforços insuficientes dos discípulos. De uma certa maneira, podemos nos ver nesse gesto da pesca frustrada, enriquecida e potencializada pela Palavra de Jesus, e nesse encontro e refeição que nos permitem reconhecer o Mestre e Senhor, e onde não são necessárias palavras para manifestar nossa alegria, apenas a presença e o convívio com o Senhor.
D. Rogério