Então começaram a pedir que Jesus fosse embora da região deles.

Segunda-feira, 30 de Janeiro de 2023

4ª Semana do Tempo Comum, Ano Ímpar (I)

Leituras:

Hb 11,32-40

Sl 30(31),20.21.22.23.24 (R. 25)

Mc 5,1-20

EVANGELHO

Espírito impuro, sai desse homem!

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 5,1-20

Naquele tempo, 1 Jesus e seus discípulos chegaram à outra margem do mar, na região dos gerasenos. 2 Logo que saiu da barca, um homem possuído por um espírito impuro, saindo de um cemitério, foi ao seu encontro. 3 Esse homem morava no meio dos túmulos e ninguém conseguia amarrá-lo, nem mesmo com correntes. 4 Muitas vezes tinha sido amarrado com algemas e correntes, mas ele arrebentava as correntes e quebrava as algemas. E ninguém era capaz de dominá-lo. 5 Dia e noite ele vagava entre os túmulos e pelos montes, gritando e ferindo-se com pedras. 6 Vendo Jesus de longe, o endemoninhado correu, caiu de joelhos diante dele 7 e gritou bem alto: “Que tens a ver comigo, Jesus, Filho do Deus altíssimo? Eu te conjuro por Deus, não me atormentes!” 8 Com efeito, Jesus lhe dizia: “Espírito impuro, sai desse homem!” 9 Então Jesus perguntou: “Qual é o teu nome?” O homem respondeu: “Meu nome é ‘Legião’, porque somos muitos”. 10 E pedia com insistência para que Jesus não o expulsasse da região. 11 Havia aí perto uma grande manada de porcos, pastando na montanha. 12 O espírito impuro suplicou, então: “Manda-nos para os porcos, para que entremos neles”. 13 Jesus permitiu. Os espíritos impuros saíram do homem e entraram nos porcos. E toda a manada – mais ou menos uns dois mil porcos – atirou-se monte abaixo para dentro do mar, onde se afogou. 14 Os homens que guardavam os porcos saíram correndo e espalharam a notícia na cidade e nos campos. E as pessoas foram ver o que havia acontecido. 15 Elas foram até Jesus e viram o endemoninhado sentado, vestido e no seu perfeito juízo, aquele mesmo que antes estava possuído pela Legião. E ficaram com medo. 16 Os que tinham presenciado o fato explicaram-lhes o que havia acontecido com o endemoninhado e com os porcos. 17 Então começaram a pedir que Jesus fosse embora da região deles. 18 Enquanto Jesus entrava de novo na barca, o homem que tinha sido endemoninhado pediu-lhe que o deixasse ficar com ele. 19 Jesus, porém, não permitiu. Entretanto, lhe disse: “Vai para casa, para junto dos teus e anuncia-lhes tudo o que o Senhor, em sua misericórdia, fez por ti”. 20 Então o homem foi embora e começou a pregar na Decápole tudo o que Jesus tinha feito por ele. E todos ficavam admirados. Palavra da Salvação.

Reflexão

Quem não quer a presença de Jesus? O demônio que se apodera de um pobre ser humano e que vê em Jesus a ruína de seu reino. Uma multidão indiferente ao problema de um homem, que apenas sabia aprisioná-lo para se proteger dele e que não se deixa tocar pela libertação que Jesus trouxera não só ao homem, mas a toda a cidade. Esses elementos querem afastá-lo e praticamente o expulsam. E quem deseja a presença de Jesus? O homem antes atormentado pelo maligno, que se feria a si mesmo, que habitava na região dos mortos e que assombrava os seus compatriotas. Ele quer estar com Jesus, porque quem foi libertado por Ele não quer deixá-lo mais, quer ser discípulo dele. Jesus o envia como discípulo, mas ali mesmo, na sua casa e na sua pátria, território de pagãos. Ele passou a pregar e a contar tudo o que Jesus fez por ele, ali, na Decápole, nas dez cidades pagãs circunvizinhas de Cafarnaum, onde Jesus habitava. Ele como que se tornou um profeta dos pagãos. Também nós, quando gostamos da escravidão, quando não queremos ser libertados, rejeitamos Jesus e o expulsamos de nossa vida; quando somos por Ele libertados, não queremos afastar-nos dele mais.

D. Rogério

Jesus começou a ensiná-los.

Domingo, 29 de Janeiro de 2023

4º Domingo do Tempo Comum, Ano A

Leituras:

Sf 2,3;3,12-13

Sl 145(146),7.8-9a.9bc-10 (R. Mt 5,3)

1Cor 1,26-31

Mt 5,1-12a

EVANGELHO

Bem-aventurados os pobres em espírito.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 5,1-12a

Naquele tempo, 1 vendo Jesus as multidões, subiu ao monte e sentou-se. Os discípulos aproximaram-se, 2 e Jesus começou a ensiná-los: 3 “Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus. 4 Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados. 5 Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra. 6 Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. 7 Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. 8 Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus. 9 Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus. 10 Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus. 11 Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem, e mentindo, disserem todo tipo de mal contra vós, por causa de mim. 12a Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus”. Palavra da Salvação.

Reflexão

Trata-se de um ensinamento. O que Jesus diz é uma síntese da verdade e não da especulação. A contradição entre o que Ele ensina e o que o ser humano normalmente pratica não consiste em ensinamento contrário à verdade, mas revela o quanto é contraditória a prática do ser humano em relação aos anseios mais profundos do seu coração e de sua natureza. Jesus não está criando a contradição, Ele a está revelando. São quatro situações iniciais, das quais a primeira contém a segunda, terceira e quarta: pobres em espírito, aflitos, mansos (humildes), os que têm fome e sede de justiça. As quatro seguintes apresentam situações ideais (virtudes): misericordiosos, puros de coração, os que promovem a paz, os perseguidos por causa da justiça. A última bem-aventurança é um desdobramento da última, mas é dirigida especialmente aos discípulos que estão ouvindo os ensinamentos. A causa de cada bem-aventurança significa o quanto a lógica de Deus invadiu a existência humana: possuir o Reino dos Céus, ser consolados, possuir a terra, ser saciados da fome e sede de justiça, alcançar misericórdia, ver a Deus, ser chamados filhos de Deus, possuir o Reino dos Céus (mais uma vez), receber a grande recompensa nos céus. Esses ensinamentos praticamente entram na linha dos mandamentos, a exemplo do que Moisés fez no alto da montanha; mas eles são apresentados não como mandamentos e sim como sabedoria para a vida e expressão da comunhão com Deus. Viver a partir das bem-aventuranças significa desejar o Reino dos Céus, deixar-se encantar pela beleza de contemplar a Sabedoria Divina presente em nós. Significa afirmar a grande potencialidade que o ser humano tem de conhecer e de viver a santidade. É a instauração de uma nova relação com Deus, não apenas de submissão, mas de amizade; não só de obediência, mas de contemplação.

D. Rogério

Levaram Jesus consigo.

Sábado, 28 de Janeiro de 2023

Santo Tomás de Aquino, presbítero e doutor, Memória

3ª Semana do Tempo Comum

Leituras:

Hb 11,1-2.8-19

Lc 1,69-70.71-72.73-75 (R. cf. 68)

Mc 4,35-41

EVANGELHO

Quem é este a quem até o vento e o mar obedecem?

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 4,35-41

35 Naquele dia, ao cair da tarde, Jesus disse a seus discípulos: “Vamos para a outra margem!” 36 Eles despediram a multidão e levaram Jesus consigo, assim como estava na barca. Havia ainda outras barcas com ele. 37 Começou a soprar uma ventania muito forte e as ondas se lançavam dentro da barca, de modo que a barca já começava a se encher. 38 Jesus estava na parte de trás, dormindo sobre um travesseiro. Os discípulos o acordaram e disseram: “Mestre, estamos perecendo e tu não te importas?” 39 Ele se levantou e ordenou ao vento e ao mar: “Silêncio! Cala-te!” O ventou cessou e houve uma grande calmaria. 40 Então Jesus perguntou aos discípulos: “Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?” 41 Eles sentiram um grande medo e diziam uns aos outros: “Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?” Palavra da Salvação.

Reflexão

Alguns versículos antes desse trecho de São Marcos, no mesmo capítulo, versículos 26 e 27, Jesus tinha dito: “O Reino de Deus é como quando alguém espalha a semente na terra. Ele vai dormir e acorda, noite e dia, e a semente vai germinando e crescendo, mas ele não sabe como isso acontece”. Esse semeador não sabe como a semente germina e cresce. Mas, alguma coisa ele sabe. Pelo menos, ele não ignora que a semente tem essa capacidade. Foi por isso que ele a plantou. Esse conhecimento, que não se pode explicar, mas que faz com que se possa esperar com segurança aquilo que o semeador procura, é a fé. Trata-se de um conhecimento prévio, mas misterioso. No texto de hoje, o semeador que está plantando as sementes da Palavra de Deus agora está dormindo. Esse semeador é Jesus. Ele não está preocupado com a ventania, porque confia em Deus Pai. Ele esperava que os discípulos, futuros semeadores do Reino de Deus, pelo menos olhando para a sua tranquilidade, fossem capazes de não se apavorar diante das dificuldades. Eles deveriam saber que, apesar de ignorarem o tempo futuro, apesar de serem limitados diante de forças que investem contra eles, o Reino de Deus tem sua força própria, e acontece conforme um tempo favorável, que Deus é Senhor da vida e da morte, é também Senhor da natureza. Jesus considera o medo que demonstram como falta de fé. Não porque eles não poderiam temer a tempestade, mas porque deveriam confiar naquele que estava com eles, tranquilo, sem se descontrolar, porque, na verdade, Ele tem o controle de tudo.

D. Rogério

Mas ele não sabe como isso acontece.

Sexta-feira, 27 de Janeiro de 2023

3ª Semana do Tempo Comum, Ano Ímpar (I)

Leituras:

Hb 10,32-39

Sl 36(37),3-4.5-6.23-24.39-40 (R. 39a)

Mc 4,26-34

EVANGELHO

O homem espalha a semente na terra e vai dormir; a semente vai germinando e crescendo sem ele saber como.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 4,26-34

Naquele tempo, 26 Jesus disse à multidão: “O Reino de Deus é como quando alguém espalha a semente na terra. 27 Ele vai dormir e acorda, noite e dia, e a semente vai germinando e crescendo, mas ele não sabe como isso acontece. 28 A terra, por si mesma, produz o fruto: primeiro aparecem as folhas, depois vem a espiga e, por fim, os grãos que enchem a espiga. 29 Quando as espigas estão maduras, o homem mete logo a foice, porque o tempo da colheita chegou”. 30 E Jesus continuou: “Com que mais poderemos comparar o Reino de Deus? Que parábola usaremos para representá-lo? 31 O Reino de Deus é como um grão de mostarda que, ao ser semeado na terra, é a menor de todas as sementes da terra. 32 Quando é semeado, cresce e se torna maior do que todas as hortaliças, e estende ramos tão grandes, que os pássaros do céu podem abrigar-se à sua sombra”. 33 Jesus anunciava a Palavra usando muitas parábolas como estas, conforme eles podiam compreender. 34 E só lhes falava por meio de parábolas, mas, quando estava sozinho com os discípulos, explicava tudo. Palavra da Salvação.

Reflexão

A parábola de Jesus apresenta duas realidades do Reino de Deus que, normalmente, não são muito assimilados por nós. O Reino de Deus é um mistério. E o Reino de Deus é uma força escondida por trás da fraqueza. Em ambas as realidades o ser humano precisa encontrar-se com sua insuficiência. O Reino de Deus é mistério, porque a força para que ele aconteça não está no homem que pôs a semente na terra, mas na própria semente. Diz o texto que o que plantou vai dormir e não sabe mais o que acontece. Não importa se hoje existam tantas possibilidades de manejo e de transgenia. O ser humano só manipula aquilo que é potencialmente possível de ser manipulado. Ele pode transformar a Criação, mas não verdadeiramente criar, do nada. Um médico, por exemplo, pode aprender a explicar o que acontece numa doença e até remediá-la, mas isso não lhe dá poder sobre a vida. Pode ser que ele morra da mesma doença que ajudou a curar um dia. a Ciência nos ajuda a compreender como as coisas acontecem, mas não o porque acontecem. A inteligência pode nos fazer identificar as causas, mas não é capaz de nos dar o sentido. Esse é um papel que a fé desempenha melhor do que qualquer outra capacidade humana. A aceitação do mistério nos faz vencer a prepotência. Depois, a parábola fala da força que o Reino de Deus tem, mas que está escondida. A aparência do Reino de Deus é de fraqueza, mas ele é mais forte do que o mundo. Comparável ao grão de mostarda que, sendo a menor de todas as sementes, esconde na aparência que será a maior de todas as hortaliças quando se tornar uma árvore. Aqui também encontramos o limite do ser humano, que só sabe julgar pelas aparências, que vive de exterioridade. A aceitação da força escondida na fraqueza nos faz vencer o nosso complexo de inferioridade. As coisas, muitas vezes, não correspondem aos juízos que a cultura e a sociedade fazem. A história de Cristo e do Cristianismo é uma história de contradições. Nelas transparece a onipotência divina, que se manifesta exatamente quando conhecemos a insuficiência humana. Embora o ser humano, com seus engenhos e sua tecnologia, hoje também com sua inteligência artificial, possa parecer dominar todas as coisas, sendo senhor de si e da Criação, na verdade, tudo isso é desbancado na sua insuficiência, na sua inutilidade, porque ele é também uma criatura, não possui em si mesmo a força para existir, e nem é capaz de mudar as leis pré-estabelecidas da natureza, as quais ele só pode conhecer e construir alguma coisa a partir delas e nunca em contradição com elas. É por isso que vivemos atualmente com o drama da sustentabilidade, do aquecimento global, convivendo não apenas com a constatação de que existem danos causados pela transformação do mundo, mas especialmente convivendo com a certeza de que é o próprio ser humano a causa desses danos, porque ele não é capaz de criar, mas é capaz de destruir. E só Deus é capaz de criar e recriar.

D. Rogério

A toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir.

Quinta-feira, 26 de Janeiro de 2023

São Timóteo e São Tito, bispos, Memória

3ª Semana do Tempo Comum

Leituras:

2Tm 1,1-8 ou ou Tt 1,1-5

Sl 95(96),1-2a.2b-3.7-8a.10 (R. 3)

Lc 10,1-9

EVANGELHO

A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 10,1-9

Naquele tempo, 1 o Senhor escolheu outros setenta e dois discípulos e os enviou dois a dois, na sua frente, a toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir. 2 E dizia-lhes: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, pedi ao dono da messe que mande trabalhadores para a colheita. 3 Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos. 4 Não leveis bolsa, nem sacola, nem sandálias, e não cumprimenteis ninguém pelo caminho! 5 Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’ 6 Se ali morar um amigo da paz, a vossa paz repousará sobre ele; se não, ela voltará para vós. 7 Permanecei naquela mesma casa, comei e bebei do que tiverem, porque o trabalhador merece o seu salário. Não passeis de casa em casa. 8 Quando entrardes numa cidade e fordes bem recebidos, comei do que vos servirem, 9 curai os doentes que nela houver e dizei ao povo: ‘O Reino de Deus está próximo de vós'”. Palavra da Salvação.

Reflexão

A missão apostólica é verdadeiramente instrumental. Quem busca e salva o ser humano é Deus. Ninguém mais é capaz de oferecer aquilo que Deus mesmo porta consigo. Então, os discípulos de Jesus, ao se tornarem apóstolos (enviados) nada mais fazem do que dispor sua vida e seus dons (recebidos também de Deus) para que a Palavra de Deus chegue aos irmão. A palavra humana que podemos levar não tem a capacidade de salvar, a Palavra de Deus é quem realiza isso. Nesse, o melhor missionário é aquele que se deixa guiar pela mesma Palavra que ele quer levar. Isto é, quanto melhor discípulo ele for, melhor missionário será. Portanto, nessa ação instrumental o que mais importa é servir da melhor maneira aos propósitos de Deus e deixar-se guiar por seus métodos e sua lógica. Por isso, os recursos humanos vão para o segundo plano. As bolsas e sacolas para a subsistência, as sandálias para a proteção, a rede de casas que poderia assegurar a manutenção da missão, tudo isso deve ser deixado de lado, porque será na experiência da fé que a Palavra será proclamada e acolhida. Importante é dizer: “A paz esteja nesta casa!” “O Reino de Deus está próximo de vós”. O missionário não leva a Palavra de Deus nas bolsas ou nos projetos. Ele a leva no coração! De uma certa maneira, ele mesmo se torna a Palavra de Deus. A missão do apóstolo não é a de um funcionário ou de um sócio. Ele é um educador da vida, é um encantado pela beleza do Reino de Deus, é um sonhador do Céu, é um poeta da paz, é um engenheiro da solidariedade e do amor.

D. Rogério

Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura!

Quarta-feira, 25 de Janeiro de 2023

Conversão de São Paulo, Apóstolo, Festa, Ano A

3ª Semana do Tempo Comum

Leituras:

At 22,3-16 ou ou At 9,1-22

Sl 116(117),1-2 (R. Mc 16,15)

Mc 16,15-18

EVANGELHO

Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 16,15-18

Naquele tempo, Jesus se manifestou aos onze discípulos, 15 e disse-lhes: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura! 16 Quem crer e for batizado será salvo. Quem não crer será condenado. 17 Os sinais que acompanharão aqueles que crerem serão estes: expulsarão demônios em meu nome, falarão novas línguas; 18 se pegarem em serpentes ou beberem algum veneno mortal não lhes fará mal algum; quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados”. Palavra da Salvação.

Reflexão

O cenário para a pregação encomendada por Jesus é o mundo inteiro. E os destinatários, toda criatura. Os primeiros discípulos não teriam inventado isso. Também não teriam intuído por si mesmos. Afinal, suas expectativas giravam em torno do cumprimento das profecias. Nada mais podiam esperar além disso. Menos ainda o pensaria aquele que, de tanto zelo, pedia autorização para perseguir e prender os cristãos, porque os considerava membros de uma seita que traía o verdadeiro judaísmo. Ninguém poderia imaginar que esse seria o grande, talvez o maior, dos difusores daquilo que ele mais combatia. Pela ação do Espírito Santo, todas as expectativas seriam superadas e aquilo que parecia improvável, mesmo impensável, se realiza de maneira extensiva e constante. Paulo é uma obra do Evangelho! Por isso ele foi capaz de ser o pregador dos gentios. Ele mesmo diz que era o menor dos Apóstolos, que nem mesmo merecia esse nome, porque havia perseguido a Igreja de Cristo; no entanto diz que “pela graça de Deus era o que era”. E tinha trabalhado mais do que os outros Apóstolos, não ele, mas a graça de Deus. Os sinais profetizados por Jesus, seguramente se realizaram, de modo diferente do que é dito, mas os demônios, as línguas, as serpentes, o veneno mortal e os doentes a serem curados, tudo isso se realizou segundo a graça de Deus e a ação de seu Espírito. Quem de nós poderia imaginar que Paulo, o perseguidor, poderia se tornar o grande Apóstolo dos gentios? Nem nós, nem os homens e mulheres de seu tempo. Paulo é realmente fruto da obra que Cristo realizou nele. Por isso, nós também temos a esperança de sermos aquilo que Deus quiser fazer de nós.

D. Rogério

Aqui estão minha mãe e meus irmãos.

Terça-feira, 24 de Janeiro de 2023

São Francisco de Sales, bispo e doutor da Igreja, Memória

3ª Semana do Tempo Comum

Leituras:

Hb 10,1-10

Sl 39(40),2 e 4ab.7-8a.10.11 (R. cf. 8a.9a)

Mc 3,31-35

EVANGELHO

Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 3,31-35

Naquele tempo, 31 chegaram a mãe de Jesus e seus irmãos. Eles ficaram do lado de fora e mandaram chamá-lo. 32 Havia uma multidão sentada ao redor dele. Então lhe disseram: “Tua mãe e teus irmãos estão lá fora à tua procura.” 33 Ele respondeu: “Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?” 34 E olhando para os que estavam sentados ao seu redor, disse: “Aqui estão minha mãe e meus irmãos. 35 Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe.” Palavra da Salvação.

Reflexão

O evangelho de S. Marcos, no capítulo 3, versículo 21, nos diz que, quando souberam que Jesus estava reunido na casa, em Cafarnaum, com tanta gente que não podiam sequer comer, saíram para agarrá-lo, porque diziam que estava fora de si. Agora temos o desfecho dessa investida de sua família. Chegam na casa para levar Jesus de volta para a casa. Portanto, se colocam contra a sua missão. Antes mesmo da decisão de seus familiares irem agarrá-lo, S. Marcos no diz que Ele subiu à montanha e escolheu aqueles que queria para si, designando doze para estarem com Ele, antes de enviá-los a pregar o Evangelho. Então, vemos que existe um confronto entre a vida antiga de Jesus e a sua nova vida e, consequentemente, entre os seus familiares e o grupo que agora o acompanhava. Antes, Jesus vivia com a família, em Nazaré, nada fazendo de extraordinário. Agora, depois do Batismo, Jesus vai para Cafarnaum e começa a pregar e a recrutar pessoas. Era natural que seus familiares se preocupassem com o rumo que isso poderia ter na vida de Jesus e de toda a família. Sabemos que seus familiares não vão se opor sempre à sua missão, pelo menos não todos. O Evangelho deixa claro que sua Mãe, não só não foi obstáculo, como também o acompanhou até a cruz e se juntou aos discípulos de pois de sua morte. Talvez essa seja uma boa razão para Jesus, quando estava morrendo na cruz, não entregá-la aos cuidados de outro parente, mas do discípulo amado. O Novo Testamento também nos apresenta Tiago, a quem os cristãos chamavam “Irmão do Senhor”. Assim, tratava-se de mais um familiar, provavelmente um primo. O fato é que a missão de Jesus não foi uma empreitada devida à sua família, mas a um desígnio e uma ordem diferente. Ele queria fazer a vontade do Pai. Tinha consciência de sua filiação divina e sabia que o momento tinha chegado. Tantas vezes, o contraste entre a vontade do Pai e a sua serão resolvidas pela obediência à vontade de Deus. O contraste entre a consciência que tinha sobre sua missão e as expectativas que os outros tinham sobre Ele foram resolvidas com a frustração de todos os que achavam que podiam enquadrá-lo. Jesus nunca desprezou sua família! Mas, também nunca deixou que nada nem ninguém interferissem no cumprimento de sua missão. De agora em diante, quem estivesse de acordo e em colaboração com a vontade do Pai, seria um novo membro de sua família.

D. Rogério

Então Jesus os chamou e falou-lhes em parábolas.

Segunda-feira, 23 de Janeiro de 2023

3ª Semana do Tempo Comum, Ano Ímpar (I)

Leituras:

Hb 9,15.24-28

Sl 97(98),1.2-3ab.3cd-4.5-6 (R. 1a)

Mc 3,22-30

EVANGELHO

Satanás será destruído.

 Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 3,22-30

Naquele tempo, 22 os mestres da Lei, que tinham vindo de Jerusalém, diziam que ele estava possuído por Beelzebu, e que pelo príncipe dos demônios ele expulsava os demônios. 23 Então Jesus os chamou e falou-lhes em parábolas: “Como é que Satanás pode expulsar a Satanás? 24 Se um reino se divide contra si mesmo, ele não poderá manter-se. 25 Se uma família se divide contra si mesma, ela não poderá manter-se. 26 Assim, se Satanás se levanta contra si mesmo e se divide, não poderá sobreviver, mas será destruído. 27 Ninguém pode entrar na casa de um homem forte para roubar seus bens, sem antes o amarrar. Só depois poderá saquear sua casa. 28 Em verdade vos digo: tudo será perdoado aos homens, tanto os pecados, como qualquer blasfêmia que tiverem dito. 29 Mas quem blasfemar contra o Espírito Santo, nunca será perdoado, mas será culpado de um pecado eterno”. 30 Jesus falou isso, porque diziam: “Ele está possuído por um espírito mau”. Palavra da Salvação.

Reflexão

Como foi que Jesus lidou com as pessoas que estavam falando mal dele? Chamou-os e falou-lhes em parábolas. Eram mestres da lei vindo de Jerusalém e, ao interpretar as ações de Jesus contra o Maligno, diziam que Ele era parceiro de Satanás ao expulsá-lo. Antes de tudo, diante de quem falava pelas costas e indiretamente, Jesus provoca um enfrentamento. Vai falar diretamente com eles. Em segundo lugar, mesmo falando em parábolas, Ele coloca uma questão com clareza: O que é que Satanás ganha em ser expulso? Qual seria o seu proveito em ter um parceiro que o derrota? De fato, Jesus mostra a inconsistência das acusações que lhe fazem. É evidente que eles ficaram sem palavras para responder à sua questão. Depois Jesus faz comparações com um reino, com uma família e com um possível roubo numa casa. Em todas as parábolas Ele reforça que nada aproveita a quem se faz parceiro daquele que o combate. No final, há uma sentença de Jesus, que diz que essa distorção feita pelos mestres da lei não será tolerada por Deus. Não é possível haver salvação para quem rejeita completamente o seu salvador. Não é questão de que Deus o exclua, mas para quem verdadeiramente se faz parceiro de Satanás, ao combater quem o expulsa, nada mais é possível fazer. Em nossa vida concreta, somos constantemente instigados a escolher o lado em que vamos ficar. É muito importante para nós saber reconhecer quem é que nos salva e quem é que nos condena. Igualmente importante é aprender a não se deixar levar pelas propagandas e pelas notícias falsas, sejam dos que usam meios de comunicação, sejam os que o fazem ao pé do ouvido, difundindo ideias falsas, que podem até ganhar vulto entre as pessoas. Cada um de nós precisa saber de que lado está. E devemos tomar cuidado com as parcerias que fazemos. É preciso que saibamos ficar sempre do lado de Deus, mesmo que outros digam que estamos do lado errado.

D. Rogério