Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, a fim de apresentá-lo ao Senhor.

Domingo, 31 de Dezembro de 2023

Sagrada Família, Jesus, Maria e José, Festa, Ano B

7º Dia na Oitava de Natal

Leituras:

Eclo 3,3-7.14-17a

Sl 127(128),1-2.3.4-5 (R. cf.1)

Cl 3,12-21

Lc 2,22-40

EVANGELHO (mais longo)

O menino crescia cheio de sabedoria.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 2,22-40

22 Quando se completaram os dias para a purificação da mãe e do filho, conforme a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, a fim de apresentá-lo ao Senhor. 23 Conforme está escrito na Lei do Senhor: “Todo primogênito do sexo masculino deve ser consagrado ao Senhor”. 24 Foram também oferecer o sacrifício — um par de rolas ou dois pombinhos — como está ordenado na Lei do Senhor. 25 Em Jerusalém, havia um homem chamado Simeão, o qual era justo e piedoso, e esperava a consolação do povo de Israel. O Espírito Santo estava com ele 26 e lhe havia anunciado que não morreria antes de ver o Messias que vem do Senhor. 27 Movido pelo Espírito, Simeão veio ao Templo. Quando os pais trouxeram o menino Jesus para cumprir o que a Lei ordenava, 28 Simeão tomou o menino nos braços e bendisse a Deus: 29 “Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar teu servo partir em paz; 30 porque meus olhos viram a tua salvação, 31 que preparaste diante de todos os povos: 32 luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel”. 33 O pai e a mãe de Jesus estavam admirados com o que diziam a respeito dele. 34 Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe de Jesus: “Este menino vai ser causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. 35 Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações. Quanto a ti, uma espada te traspassará a alma”. 36 Havia também uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada; quando jovem, tinha sido casada e vivera sete anos com o marido. 37 Depois ficara viúva, e agora já estava com oitenta e quatro anos. Não saía do Templo, dia e noite servindo a Deus com jejuns e orações. 38 Ana chegou nesse momento e pôs-se a louvar a Deus e a falar do menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém. 39 Depois de cumprirem tudo, conforme a Lei do Senhor, voltaram à Galileia, para Nazaré, sua cidade. 40 O menino crescia e tornava-se forte, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava com ele. Palavra da Salvação.

Reflexão

Uma família em peregrinação apresenta seu filho a Deus. José e Maria iniciaram uma peregrinação dura e misteriosa quando escolheram fazer a vontade de Deus. Deixaram suas aspirações humanas e planos de felicidade de lado. Assumiram a vocação que implicava em fazer sua vida girar em torno do menino que Deus lhes dera. O menino era de Deus e era Deus. Como, então, poderiam pensar em reter alguma coisa de seus interesses pessoais e não colocar a vida de seu filho em primeiro lugar. Ao apresentar Jesus no Templo eles estavam afirmando que sabiam que seu filho não lhes pertencia. De fato, dentro das expectativas de realização familiar de Israel Jesus não foi um grande exemplo. Não lhes garantiu o orgulho e a felicidade de ter alguém para continuar sua instituição familiar. Ele não vai adquirir bens, não vai dar descendência a José e Maria, não vai assumir os negócios da família, nem vai ser motivo de orgulho entre seus parentes. Pelo contrário, alguma vezes seus parentes ficaram escandalizados com Ele. Mas, o Evangelho de S. Lucas nos diz que o menino crescia em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens, e era submisso a seus pais. José, seu pai adotivo, que devia assumir a posição de um patriarca, parece ter aceitado a função de um coadjuvante. De uma certa maneira, ele passou a seguir a missão de Maria e não o contrário. Maria, a mãe de Jesus, fez tudo que lhe foi dito da parte do Senhor, acreditou na sua Palavra e, mesmo sem entender como as coisas aconteceriam, respondeu dando o seu sim à missão que lhe foi pedida. Portanto, uma família totalmente voltada para a vontade de Deus. Desse comportamento e desse estilo de vida não poderia brotar uma outra designação que não fosse a de: “Sagrada Família”. E essa família exemplar continuam a ter muita coisa a ensinar à sociedade do nosso tempo, para nos mostrar que os planos de Deus e os ideais humanos não estão em contradição. Mas, antes, são duas faces de uma mesma moeda.

D. Rogério

Podes deixar teu servo partir em paz; porque meus olhos viram a tua salvação.

Sexta-feira, 29 de Dezembro de 2023

5º Dia na Oitava de Natal

Leituras (próprias):

1Jo 2,3-11

Sl 95(96),1-2a.2b-3.5b-6 (R. 11a)

Lc 2,22-35

EVANGELHO

Luz para iluminar as nações.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 2,22-35

22 Quando se completaram os dias para a purificação da mãe e do filho, conforme a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, a fim de apresentá-lo ao Senhor 23 Conforme está escrito na Lei do Senhor: “Todo primogênito do sexo masculino deve ser consagrado ao Senhor”. 24 Foram também oferecer o sacrifício – um par de rolas ou dois pombinhos – como está ordenado na Lei do Senhor. 25 Em Jerusalém, havia um homem chamado Simeão, o qual era justo e piedoso, e esperava a consolação do povo de Israel. O Espírito Santo estava com ele 26 e lhe havia anunciado que não morreria antes de ver o Messias que vem do Senhor. 27 Movido pelo Espírito, Simeão veio ao Templo. Quando os pais trouxeram o menino Jesus para cumprir o que a Lei ordenava, 28 Simeão tomou o menino nos braços e bendisse a Deus: 29 “Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar teu servo partir em paz; 30 porque meus olhos viram a tua salvação, 31 que preparaste diante de todos os povos: 32 luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel”. 33 O pai e a mãe de Jesus estavam admirados com o que diziam a respeito dele. 34 Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe de Jesus: “Este menino vai ser causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. 35 Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações. Quanto a ti, uma espada te traspassará a alma”. Palavra da Salvação.

Reflexão

Simeão sabia que, apesar de sua idade avançada, ainda faltava alguma coisa em sua vida. Mas, também sabia que, por mais que faltasse ainda alguma coisa, seus dias estavam no fim. Ele soube fazer uma ponte entre o antigo e o novo. Ele era o antigo e precisava deixar lugar para o novo. Porém, o novo também precisaria do testemunho dele. Haveria uma novidade e, ao mesmo tempo, uma continuidade. A história precisa avançar, não pode ficar parada. Contudo, a história não vai começar do zero. A novidade encontrará espaço no que já existe. Como Simeão foi capaz de fazer esse discernimento? Humanamente ninguém o conseguiria. Mas, a Escritura diz que o Espírito Santo estava com ele. E foi esse Espírito que o moveu a ir ao Templo de Jerusalém no exato instante em que o Messias, Verbo Eterno Encarnado, estava ali sendo trazido por seus pais. Foi Deus quem deu a Simeão essa capacidade. De sua parte, o texto diz que Simeão era justo, piedoso e esperava a consolação do povo. Portanto, como justo, piedoso e esperançoso, ele revelava o quanto era capaz de viver aquilo que chamamos de virtudes teologais: fé, esperança e caridade. É o quanto é possível para o ser humano praticar para que Deus possa agir em sua vida. O resto é obra e ação do Espírito Santo, que habita e age nos corações dos que creem, esperam e amam. Não é fácil saber quando chegou a hora de sair de cena. Não é todo mundo que consegue olhar para trás e agradecer, olhar para a frente e esperar, olhar para o presente e agir. O Espírito Santo é quem torna isso possível ao ser humano.

D. Rogério

É Raquel que chora seus filhos, e não quer ser consolada, porque eles não existem mais.

Quinta-feira, 28 de Dezembro de 2023

Os Santos Inocentes, mártires, Festa, Ano B

4º Dia na Oitava de Natal

Leituras:

1Jo 1,5-2,2

Sl 123(124),2-3.4-5.7b-8 (R. 7a)

Mt 2,13-18

EVANGELHO

Herodes mandou matar todos os meninos de Belém.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 2,13-18

13 Depois que os magos partiram, o Anjo do Senhor apareceu em sonho a José e lhe disse: “Levanta-te, pega o menino e sua mãe e foge para o Egito! Fica lá até que eu te avise! Porque Herodes vai procurar o menino para matá-lo”. 14 José levantou-se de noite, pegou o menino e sua mãe, e partiu para o Egito. 15 Ali ficou até à morte de Herodes, para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta: “Do Egito chamei o meu Filho”. 16 Quando Herodes percebeu que os magos o haviam enganado, ficou muito furioso. Mandou matar todos os meninos de Belém e de todo o território vizinho, de dois anos para baixo, exatamente conforme o tempo indicado pelos magos. 17 Então se cumpriu o que foi dito pelo profeta Jeremias: 18 “Ouviu-se um grito em Ramá, choro e grande lamento: é Raquel que chora seus filhos, e não quer ser consolada, porque eles não existem mais”. Palavra da Salvação.

Reflexão

Eles nada fizeram! Nem de bom, nem de mau. Apenas existiram enquanto os outros lhes deixaram existir e viver. Morrer, se morre todo o dia, de todas as doenças e por todas as razões. Não se crê que a morte possa fazer alguém se tornar santo ou demônio. Mas, neste caso, a morte os santificou. Eles nada fizeram, apenas sofreram. Estavam no lugar errado, na hora errada! Assim pode parecer. Porém, na história deles estava a história de outro menino, que nem conheceram. E esse menino fez histórias se transformarem e mudarem de rumo. Alguém falou a respeito dele que, Ele seria um sinal de contradição, para a queda e reerguimento de muitos em Israel (Lc 2,34). E essa previsão já começava a acontecer. Tinha mudado todos os planos de sua mãe, depois de seu pai e, de alguns magos vindos do Oriente e, agora, começava a fazer vítimas e opressores. Aquelas crianças morreram do lado certo. Estavam entre as vítimas e não entre os opressores. Estavam no lugar certo, na hora certa. Experimentaram a graça de ter uma vida cheia de sentido, embora não tivessem chegado a realizar nada. Revelaram ao mundo que o sentido de nossas vidas não está nas nossas realizações pessoais, mas na verdade que vivemos. Aquele menino, mais tarde, dirá que: não há maior amor do que dar a vida pela pessoa amada (J0 15,13). Também dirá que, quem perder a vida por amor dele a reencontrará (Mt 16,25). Aquelas crianças realizaram essa obra admirável. Viveram e morreram pelo seu Senhor, mesmo que ainda não o tivessem conhecido. Não é o conhecimento que nos salva. Haverá surpresas até mesmo entre os salvos: “Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, com sede e te demos de beber? Quando foi que te vimos peregrino e te acolhemos, nu e te vestimos? Quando foi que te vimos enfermo ou na prisão e te fomos visitar?” O bem se realiza e nos salva até mesmo quando não temos toda a consciência. Ser inocentes nos faz capazes de ver o Senhor. Pela misericórdia somos inocentes diante do mal, pela graça somos inocentes diante do bem. Mas Jesus se mostra capaz de realizar a sua obra de salvação até mesmo por quem não é capaz de entender. Inocência não é sinônimo de ignorância, nem de apatia, é mais do que isso. Inocência é a verdade do possível na individualidade e na relação. Existe uma outra relação superior que faz a grande diferença. É a presença ignorada e íntima de Deus em cada ser humano, que o torna capaz de ser amado por Deus e capaz de, pelo menos, também querer amá-lo.

D. Rogério

Então entrou também o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo. Ele viu, e acreditou.

Quarta-feira, 27 de Dezembro de 2023

São João, Apóstolo e Evangelista, Festa, Ano B

3º Dia na Oitava de Natal

Leituras:

1Jo 1,1-4

Sl 96(97),1-2.5-6.11-12 (R. 12a)

Jo 20,2-8

EVANGELHO

O outro discípulo correu mais depressa que Pedro, e chegou primeiro ao túmulo.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João 20,2-8

No primeiro dia da semana, 2 Maria Madalena saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes disse: “Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram”. 3 Saíram, então, Pedro e o outro discípulo e foram ao túmulo. 4 Os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa que Pedro e chegou primeiro ao túmulo. 5 Olhando para dentro, viu as faixas de linho no chão, mas não entrou. 6 Chegou também Simão Pedro, que vinha correndo atrás, e entrou no túmulo. Viu as faixas de linho deitadas no chão 7 e o pano que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não posto com as faixas, mas enrolado num lugar à parte. 8 Então entrou também o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo. Ele viu, e acreditou. Palavra da Salvação.

Reflexão

Quanto pode existir de virtude no simples gesto de correr mais depressa que o outro, mas não concluir a corrida sem o outro. Esperar, conter as forças, segurar a ansiedade, tudo isso significa uma força maior do que a que faz correr. Para um ansioso o difícil não é correr. O difícil é esperar! Para um jovem, o vigor da força física desponta espontaneamente e o mais velho que corre ao lado, e que fica para trás, soa quase como uma libertação de um obstáculo. Porém, no coração de um verdadeiro discípulo as coisas se passam de maneira diferente. Sua ansiedade maior é encontrar o Mestre, sua questão mais importante é o lugar que Jesus e os irmãos ocupam na sua vida. Chegar primeiro e entrar por último é sua pequena história de vida. Deus também contém seu poder irresistível para que o ser humano possa viver livremente, também expande cada vez mais sua misericórdia para que o homem possa ter esperança de perdão e santidade, também se demora no tempo para que a oportunidade de conversão seja renovada enquanto houver vida. João, o discípulo a quem o Senhor amava, foi capaz de ouvir a voz de Madalena sobre o túmulo vazio, de correr ansiosamente, de esperar o mais velho chegar e de entrar no túmulo na sua vez, para ver e acreditar nas palavras que Madalena dissera. Não foi à toa que o Senhor lhe confiou a possibilidade de permanecer mais tempo vivo, para transmitir às novas gerações a força de sua esperança, que brotava de sua experiência íntima com o Senhor.

D. Rogério

Vós sereis levados diante de governadores e reis, por minha causa, para dar testemunho diante deles e das nações.

Terça-feira, 26 de Dezembro de 2023

Santo Estêvão, protomártir, Festa, Ano B

2º Dia na Oitava de Natal

Leituras:

At 6,8-10.7,54-59

Sl 30(31),3cd-4.6 e 8ab.16bc e 17 (R. 6a)

Mt 10,17-22

VANGELHO

Não sereis vós que havereis de falar, mas sim o Espírito do vosso Pai.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 10,17-22

Naquele tempo, disse Jesus aos seus apóstolos: 17 “Cuidado com os homens, porque eles vos entregarão aos tribunais e vos açoitarão nas suas sinagogas. 18 Vós sereis levados diante de governadores e reis, por minha causa, para dar testemunho diante deles e das nações. 19 Quando vos entregarem, não fiqueis preocupados como falar ou o que dizer. Então naquele momento vos será indicado o que deveis dizer. 20 Com efeito, não sereis vós que havereis de falar, mas sim o Espírito do vosso Pai é que falará através de vós. 21 O irmão entregará à morte o próprio irmão; o pai entregará o filho; os filhos se levantarão contra seus pais, e os matarão. 22 Vós sereis odiados por todos, por causa do meu nome. Mas quem perseverar até o fim, esse será salvo”. Palavra da Salvação.

Reflexão

Testemunhas não precisam ficar preocupadas em elaborar o seu testemunho, porque testemunhar é dizer a verdade e mentir, embora possa livrar alguém das consequências da verdade, isso sim requer uma elaboração, um esquema. É mais fácil dizer a verdade do que mentir, apesar do fato de que a verdade tem um preço. Testemunhar é transmitir uma experiência e não proferir uma lição. Jesus nunca preparou seus discípulos para se darem bem mediante uma sólida argumentação e uma retórica especializada. Ele sempre quis que seus discípulos fossem autênticos, verdadeiros e fiéis. O conteúdo transmitido pelos discípulos traduz sua intimidade com o mestre, que é caminho, verdade e vida. A única questão que deve ser conhecida é a necessidade de perseverar, tanto diante da aprovação dos homens quanto diante de sua perseguição. É preciso tomar cuidado com os homens! Sim! Porque até o irmão entregará à morte o próprio irmão; o pai entregará o filho; os filhos se levantarão contra seus pais, e os matarão. Os discípulos serão odiados por todos, por causa do nome de Jesus. Contudo, não serão os discípulos que haverão de falar, mas sim o Espírito do Pai é que falará através de deles. E quem perseverar até o fim, esse será salvo.

D. Rogério

A Deus, ninguém jamais viu. Mas o Unigênito de Deus, que está na intimidade do Pai, ele no-lo deu a conhecer.

Segunda-feira, 25 de Dezembro de 2023

Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo, Solenidade, Ano B

1º Dia na Oitava de Natal

Leituras:

Is 52,7-10

Sl 97(98),1.2-3ab.3cd-4.5-6 (R. 3cd)

Hb 1,1-6

Jo 1,1-18

EVANGELHO

A Palavra se fez carne e habitou entre nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João 1, 1-18

1 No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus; e a Palavra era Deus. 2 No princípio estava ela com Deus. 3 Tudo foi feito por ela, e sem ela nada se fez de tudo que foi feito. 4 Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens. 5 E a luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram dominá-la. 6 Surgiu um homem enviado por Deus; seu nome era João. 7 Ele veio como testemunha, para dar testemunho da luz, para que todos chegassem à fé por meio dele. 8 Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz: 9 daquele que era a luz de verdade, que, vindo ao mundo, ilumina todo ser humano. 10 A Palavra estava no mundo – e o mundo foi feito por meio dela – mas o mundo não quis conhecê-la. 11 Veio para o que era seu, e os seus não a acolheram. 12 Mas, a todos que a receberam, deu-lhes capacidade de se tornarem filhos de Deus isto é, aos que acreditam em seu nome, 13 pois estes não nasceram do sangue nem da vontade da carne nem da vontade do varão, mas de Deus mesmo. 14 E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória, glória que recebe do Pai como filho unigênito, cheio de graça e de verdade. 15 Dele, João dá testemunho, clamando: “Este é aquele de quem eu disse: O que vem depois de mim passou à minha frente, porque ele existia antes de mim”. 16 De sua plenitude todos nós recebemos graça por graça. 17 Pois por meio de Moisés foi dada a Lei, mas a graça e a verdade nos chegaram através de Jesus Cristo. 18 A Deus, ninguém jamais viu. Mas o Unigênito de Deus, que está na intimidade do Pai, ele no-lo deu a conhecer. Palavra da Salvação.

Reflexão

Esse que hoje nasceu é descrito como Palavra, Luz e Unigênito de Deus. A Palavra era no princípio e por ela tudo foi feito. Dela deu testemunho João Batista, que não era a Palavra, mas a voz que clama no deserto. A Palavra estava no mundo – e o mundo foi feito por meio dela – mas o mundo não quis conhecê-la. E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. Jesus também é descrito como luz, porque na Palavra estava a vida, e a vida era a luz dos homens. E a luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram dominá-la. João Batista também veio como testemunha, para dar testemunho da luz, para que todos chegassem à fé por meio dele. Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz: daquele que era a luz de verdade, que, vindo ao mundo, ilumina todo ser humano. O menino nascido é também o Unigênito de Deus, que está na intimidade do Pai. Ele no-lo deu a conhecer, porque a Deus ninguém jamais viu. E nós contemplamos a sua glória, glória que recebe do Pai como filho unigênito, cheio de graça e de verdade. Dele, João deu testemunho, clamando: “Este é aquele de quem eu disse: O que vem depois de mim passou à minha frente, porque ele existia antes de mim”. De sua plenitude todos nós recebemos graça por graça. Pois por meio de Moisés foi dada a Lei, mas a graça e a verdade nos chegaram através de Jesus Cristo. Então, Jesus é a Palavra Encarnada, por quem nos vem a verdade; é a luz que ilumina todo homem que vem a esse mundo; e é o Unigênito que nos dá a conhecer o Pai, a quem ninguém jamais tinha visto. E João Batista é a voz que anuncia a Palavra; a testemunha, que dá testemunho da luz; e é também a testemunha, que anunciou que, por Jesus, nos veio a graça e a verdade, e de sua plenitude nós recebemos graça por graça.

D. Rogério

Ele era descendente de Davi e o nome da virgem era Maria.

Domingo, 24 de Dezembro de 2023

4º Domingo do Advento, Ano B

Leituras:

2Sm 7,1-5.8b-12.14a.16a

Sl 88(89),2-3.4-5.27.29 (R. 2a)

Rm 16,25-27

Lc 1,26-38

EVANGELHO

Eis que conceberás e darás à luz um filho.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 1,26-38

Naquele tempo, 26 o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, 27 a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da virgem era Maria 28 O anjo entrou onde ela estava e disse: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!” 29 Maria ficou perturbada com essas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação. 30 O anjo, então, disse-lhe: “Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. 31 Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. 32 Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. 33 Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim”. 34 Maria perguntou ao anjo: “Como acontecerá isso, se eu não conheço homem algum?” 35 O anjo respondeu: “O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus. 36 Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril, 37 porque para Deus nada é impossível”. 38 Maria, então, disse: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!” E o anjo retirou-se. Palavra da Salvação.

Reflexão

Ela era uma virgem, e se chamava Maria. Ele era da descendência de Davi e se chamava José. Ela também era israelita, mas concebeu sem se relacionar com homem, nem mesmo aquele a quem ela era prometida em casamento. Essa foi sua pergunta: “Como acontecerá isso, se eu não conheço homem algum?” O anjo respondeu: “O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus.” Isto é, o menino não será filho de homem algum, mas de Deus. Curiosamente, tudo o que José podia e que interessava que ele oferecesse era sua descendência davídica. No entanto, ele não vai se relacionar com Maria para que o filho receba a descendência de Davi. Jesus será descendente de Davi apenas por adoção. Porém, o que mais interessa não é que o Filho de Deus tivesse recebido uma descendência humana, mas que o ser humano, através de sua Encarnação e seu nascimento, estivesse recebendo a descendência divina. No meio da história de Israel, Jesus é introduzido como a realização das promessas de Deus a seu povo Israel, mas não segundo as garantias e esquemas humanos senão segundo o modo próprio, único e original de Deus. Tudo o que satisfaz as expectativas humanas serve apenas para sinalizar aquilo que o ser humano precisa entender. Mas, a história que Deus escreve tem as condições humanas apenas como cenário. O agir de Deus, como Protagonista na história, é totalmente inusitado, embora tenha tido uma preparação e inesperado, embora tenha sido anunciado, a fim de fazer suscitar no ser humano a esperança de que Deus agirá para salvar seu povo. Jesus assim, para ser o Verbo Eterno Encarnado, precisou da previsibilidade da descendência de Davi, dada por José, e do inesperado gesto de confiança total, garantido por Maria, porque será uma virgem a conceber e porque não realizará seus próprios projetos de ser humano, como pessoa e como mulher, mas se colocará inteiramente na escuta e na confiança para deixar que o Plano de Deus se realize nela.

D. Rogério

Os vizinhos e parentes ouviram dizer como o Senhor tinha sido misericordioso para com Isabel.

Sábado, 23 de Dezembro de 2023

3ª Semana do Advento

Leituras (próprias):

Ml 3,1-4.23-24

Sl 24(25),4-5ab.8-9.10 e 14 (R. Lc 21,28)

Lc 1,57-66

EVANGELHO

Nascimento de João Batista.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 1,57-66

57 Completou-se o tempo da gravidez de Isabel, e ela deu à luz um filho. 58 Os vizinhos e parentes ouviram dizer como o Senhor tinha sido misericordioso para com Isabel, e alegraram-se com ela. 59 No oitavo dia, foram circuncidar o menino, e queriam dar-lhe o nome de seu pai, Zacarias. 60 A mãe porém disse: “Não! Ele vai chamar-se João.” 61 Os outros disseram: “Não existe nenhum parente teu com esse nome!” 62 Então fizeram sinais ao pai, perguntando como ele queria que o menino se chamasse. 63 Zacarias pediu uma tabuinha, e escreveu: “João é o seu nome.” 64 No mesmo instante, a boca de Zacarias se abriu, sua língua se soltou, e ele começou a louvar a Deus. 65 Todos os vizinhos ficaram com medo, e a notícia espalhou-se por toda a região montanhosa da Judeia. 66 E todos os que ouviam a notícia, ficavam pensando: “O que virá a ser este menino?” De fato, a mão do Senhor estava com ele. Palavra da Salvação.

Reflexão

“Não! Ele vai chamar-se João.” Assim falou claramente Isabel. Mas era difícil fazer prevalecer essa escolha. Quem tivera o anúncio do anjo foi o pai. Mas, ele não podia falar. A mãe já tinha respondido que esse era o nome do menino. Ela sabia que devia realizar o que foi anunciado. Mas, não conseguia convencer seus parentes e amigos. É sempre assim: parece que as pessoas que não sabem nada a respeito de uma coisa são as mais apressadas em dar suas opiniões. Os que conhecem mais a verdade e os contornos da verdade, às vezes, não são capazes de expressar o que acreditam. E é por isso que, quase sempre, os gestos falam mais do que as palavras. Assim, Zacarias tomou uma tabuinha e escreveu: “João é o seu nome!”. Então, depois do gesto, sua língua se destrava, seus lábios se abrem e ele pode contar aberta e livremente tudo o que experimentou. As ações de Deus na história são assim, mesmo na história pessoal do ser humano. Nem sempre podemos dizer o que sabemos, mas temos de encontrar o modo certo e adequado de testemunharmos o que cremos e de cumprir o que Deus espera de nós. Nossas palavras podem ser mais compreensíveis e aceitas se nascerem dos gestos. E, o mais importante, tanto em palavras quanto em gestos devemos proclamar a nossa fé e manter a nossa fidelidade aos nossos compromissos com Deus.

D. Rogério