Domingo, 31 de Dezembro de 2023
Sagrada Família, Jesus, Maria e José, Festa, Ano B
7º Dia na Oitava de Natal
Leituras:
Eclo 3,3-7.14-17a
Sl 127(128),1-2.3.4-5 (R. cf.1)
Cl 3,12-21
Lc 2,22-40
EVANGELHO (mais longo)
O menino crescia cheio de sabedoria.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 2,22-40
22 Quando se completaram os dias para a purificação da mãe e do filho, conforme a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, a fim de apresentá-lo ao Senhor. 23 Conforme está escrito na Lei do Senhor: “Todo primogênito do sexo masculino deve ser consagrado ao Senhor”. 24 Foram também oferecer o sacrifício — um par de rolas ou dois pombinhos — como está ordenado na Lei do Senhor. 25 Em Jerusalém, havia um homem chamado Simeão, o qual era justo e piedoso, e esperava a consolação do povo de Israel. O Espírito Santo estava com ele 26 e lhe havia anunciado que não morreria antes de ver o Messias que vem do Senhor. 27 Movido pelo Espírito, Simeão veio ao Templo. Quando os pais trouxeram o menino Jesus para cumprir o que a Lei ordenava, 28 Simeão tomou o menino nos braços e bendisse a Deus: 29 “Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar teu servo partir em paz; 30 porque meus olhos viram a tua salvação, 31 que preparaste diante de todos os povos: 32 luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel”. 33 O pai e a mãe de Jesus estavam admirados com o que diziam a respeito dele. 34 Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe de Jesus: “Este menino vai ser causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. 35 Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações. Quanto a ti, uma espada te traspassará a alma”. 36 Havia também uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada; quando jovem, tinha sido casada e vivera sete anos com o marido. 37 Depois ficara viúva, e agora já estava com oitenta e quatro anos. Não saía do Templo, dia e noite servindo a Deus com jejuns e orações. 38 Ana chegou nesse momento e pôs-se a louvar a Deus e a falar do menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém. 39 Depois de cumprirem tudo, conforme a Lei do Senhor, voltaram à Galileia, para Nazaré, sua cidade. 40 O menino crescia e tornava-se forte, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava com ele. Palavra da Salvação.
Reflexão
Uma família em peregrinação apresenta seu filho a Deus. José e Maria iniciaram uma peregrinação dura e misteriosa quando escolheram fazer a vontade de Deus. Deixaram suas aspirações humanas e planos de felicidade de lado. Assumiram a vocação que implicava em fazer sua vida girar em torno do menino que Deus lhes dera. O menino era de Deus e era Deus. Como, então, poderiam pensar em reter alguma coisa de seus interesses pessoais e não colocar a vida de seu filho em primeiro lugar. Ao apresentar Jesus no Templo eles estavam afirmando que sabiam que seu filho não lhes pertencia. De fato, dentro das expectativas de realização familiar de Israel Jesus não foi um grande exemplo. Não lhes garantiu o orgulho e a felicidade de ter alguém para continuar sua instituição familiar. Ele não vai adquirir bens, não vai dar descendência a José e Maria, não vai assumir os negócios da família, nem vai ser motivo de orgulho entre seus parentes. Pelo contrário, alguma vezes seus parentes ficaram escandalizados com Ele. Mas, o Evangelho de S. Lucas nos diz que o menino crescia em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens, e era submisso a seus pais. José, seu pai adotivo, que devia assumir a posição de um patriarca, parece ter aceitado a função de um coadjuvante. De uma certa maneira, ele passou a seguir a missão de Maria e não o contrário. Maria, a mãe de Jesus, fez tudo que lhe foi dito da parte do Senhor, acreditou na sua Palavra e, mesmo sem entender como as coisas aconteceriam, respondeu dando o seu sim à missão que lhe foi pedida. Portanto, uma família totalmente voltada para a vontade de Deus. Desse comportamento e desse estilo de vida não poderia brotar uma outra designação que não fosse a de: “Sagrada Família”. E essa família exemplar continuam a ter muita coisa a ensinar à sociedade do nosso tempo, para nos mostrar que os planos de Deus e os ideais humanos não estão em contradição. Mas, antes, são duas faces de uma mesma moeda.
D. Rogério