Quem decide sobre o casamento homoafetivo?

Em países europeus, entende-se que só o Poder Legislativo poderia fazer a equiparação, impossível por um tribunal judicial

Ives Gandra da Silva Martins

[18/11/2016]

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Uma decisão do Tribunal Europeu de Direitos Humanos, sediado em Estrasburgo, datada de 16 de julho, assegurou que o artigo 12 do Convênio Europeu de Direitos Humanos, que garante o direito ao matrimônio, apenas consagra o direito de casamento entre homens e mulheres. A decisão ocorreu em recurso de um homem que mudou de sexo em 2009, na Finlândia, e que desejava ver reconhecido seu “casamento” com sua companheira, com quem estava casado, mas na condição de casamento gay. O tribunal finlandês não validou o direito, informando ao cidadão que, se quisesse ter o estatuto de mulher e reformular seu estado civil, teria de pedir divórcio para então formar uma unidade civil, pois na Finlândia não se reconhece o casamento entre pares do mesmo sexo.

O Tribunal Europeu de Direitos Humanos manteve a decisão da corte finlandesa, mostrando que o Convênio Europeu de Direitos Humanos consagra o conceito tradicional de casamento entre homem e mulher e que apenas a minoria dos países da União Europeia reconhece internamente o casamento homossexual. Decidiu, portanto, que não há qualquer consenso europeu que assegure esse tipo de casamento, razão pela qual foi correta a decisão do tribunal finlandês em não permitir que fosse transformada em casamento formal a união de duas mulheres. Seu estado civil só poderia ser, portanto, alterado se o recorrente pedisse divórcio de sua mulher e com ela vivesse em sociedade civil. Do contrário, continuaria existindo o casamento na forma realizada entre um homem e uma mulher.

“No Brasil, o STF terminou assumindo poderes do Congresso para legislar”.

É de se lembrar que o mesmo assunto foi levado ao Conselho Constitucional da França (corresponde ao Tribunal Constitucional do país), que rejeitou a possibilidade de a Justiça legislar, tendo decidido “que o princípio segundo o qual o matrimônio é a união de um homem e de uma mulher fez com que o legislador, no exercício de sua competência, que lhe atribui o artigo 34 da Constituição, considerasse que a diferença de situação entre os casais do mesmo sexo e os casais compostos de um homem e uma mulher pode justificar uma diferença de tratamento quanto às regras do direito de família”, entendendo, por consequência, que “não cabe ao Conselho Constitucional substituir, por sua apreciação, aquela de legislador para esta diferente situação”. Entendeu-se, assim, que só o Poder Legislativo poderia fazer a equiparação, impossível por um tribunal judicial, considerando que “as disposições contestadas não são contrárias a qualquer direito ou liberdade que a Constituição garante”.

Na França, todavia, após a negativa do Poder Judiciário, o Poder Legislativo permitiu a união de pessoas do mesmo sexo, mas dos 28 países da União Europeia somente dez adotam tal tipo de união como se casamento fosse. Como se percebe, a decisão do Tribunal Europeu de Direitos Humanos não poderia ser mais coerente e mais precisa no seu respeito à legislação local.

O entendimento da corte europeia, ao avaliar que casamento só pode haver entre um homem e uma mulher, permite um contraste com o decidido pelo Supremo Tribunal Federal brasileiro. Determina a Constituição brasileira, em seu artigo 226, caput, e no § 3.º do mesmo texto, que “A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado” e “Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento”. Como se nota, o STF, contrariando o disposto no § 2.º do artigo 103 da Constituição – que nem mesmo nas declarações de inconstitucionalidade por omissão permite ao Pretório Excelso legislar –, terminou assumindo poderes do Congresso para legislar, o que, na visão deste velho advogado, constituiu uma inequívoca maculação à Lei Maior.

Ives Gandra da Silva Martins, professor emérito da Universidade Mackenzie e da Escola de Magistratura do Tribunal Regional Federal – 1.ª Região, é fundador e presidente honorário do Centro de Extensão Universitária (CEU) – Escola de Direito/Instituto Internacional de Ciências Sociais (Iics).

http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/quem-decide-sobre-o-casamento-homoafetivo-7gpnlqrvq8jg1mj0xsu937xhb

DISCURSO DO PAPA FRANCISCO AOS PARTICIPANTES NO 3º ENCONTRO MUNDIAL DOS MOVIMENTOS POPULARES

 

Sala Paulo VI
Sábado, 5 de novembro de 2016

Boa tarde, irmãos e irmãs!

Neste nosso terceiro encontro expressamos a mesma sede, a sede de justiça, o mesmo grito: terra, casa e trabalho para todos.

Agradeço aos delegados que vieram das periferias urbanas, rurais e industriais dos cinco continentes, mais de 60 países, para debater mais uma vez sobre o modo de defender estes direitos que unem. Obrigado aos Bispos que vieram acompanhar-vos. Obrigado aos milhares de italianos e europeus que hoje se reuniram no final deste encontro. Obrigado aos observadores e aos jovens comprometidos na vida pública, que vieram com humildade para ouvir e aprender. Quanta esperança tenho nos jovens! Agradeço inclusive a Vossa Eminência, Cardeal Turkson, o trabalho que juntos realizastes no Dicastério; e gostaria de recordar também a contribuição do ex-Presidente uruguaio, José Mujica, aqui presente.

No nosso último encontro, na Bolívia, com a maioria de latino-americanos, pudemos falar da necessidade de uma mudança para que a vida seja digna, uma transformação de estruturas; além disso, do modo como vós, movimentos populares, sois semeadores de mudança, promotores de um processo para o qual convergem milhões de pequenas e grandes ações interligadas de modo criativo, como numa poesia; foi por isso que vos quis chamar «poetas sociais»; e também pudemos enumerar algumas tarefas imprescindíveis para caminhar rumo a uma alternativa humana diante da globalização da indiferença: 1. pôr a economia ao serviço dos povos; 2. construir a paz e a justiça; 3. defender a Mãe Terra.

Naquele dia, com a voz de uma «cartonera» e de um camponês, na conclusão foram lidos os dez pontos de Santa Cruz de la Sierra, onde a palavra mudança estava carregada de um grande conteúdo, ligada às coisas fundamentais que vós reivindicais: trabalho digno para quantos são excluídos do mercado do trabalho; terra para os camponeses e as populações indígenas; habitações para as famílias desabrigadas; integração urbana para os bairros populares; eliminação da discriminação, da violência contra as mulheres e das novas formas de escravidão; fim de todas as guerras, do crime organizado e da repressão; liberdade de expressão e de comunicação democrática; ciência e tecnologia ao serviço dos povos. Ouvimos também como vos comprometestes a abraçar um projeto de vida que rejeite o consumismo e recupere a solidariedade, o amor entre nós e o respeito pela natureza como valores essenciais. É a felicidade de «viver bem» aquilo que reclamais, a «vida boa», e não aquele ideal egoísta que enganosamente inverte as palavras e propõe a «boa vida».

Nós que hoje estamos aqui, de diferentes origens, credos e ideias, talvez não estejamos de acordo acerca de tudo, certamente pensamos de modo diverso sobre muitas coisas, mas sem dúvida estamos de acordo sobre estes pontos.

Sei também que foram realizados encontros e laboratórios em vários países, onde se multiplicaram os debates à luz da realidade de cada comunidade. Isto é muito importante porque as soluções reais para as problemáticas atuais não sairão de uma, três ou mil conferências: elas devem ser fruto de um discernimento coletivo que amadurece nos territórios juntamente com os irmãos, um discernimento que se torna ação transformadora «em conformidade com os lugares, os tempos e as pessoas», como dizia santo Inácio. Caso contrário, corremos o risco das abstrações, de certos «nominalismos declaracionistas (slogans), que são frases bonitas mas que não conseguem sustentar a vida das nossas comunidades» (Carta ao Presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina, 19 de março de 2016). São slogans! O colonialismo ideológico globalizador procura impor receitas supraculturais que não respeitam a identidade dos povos. Vós caminhais por outra vereda que é local e, ao mesmo tempo, universal. Um caminho que me recorda como Jesus pediu para dispor a multidão em grupos de cinquenta, para lhes distribbuir o pão (cf. Homilia na Solenidade do Corpus Christi, Buenos Aires, 12 de junho de 2004).

Há pouco assistimos ao vídeo que apresentastes como conclusão deste terceiro encontro. Vimos os vossos rostos nos debates sobre o modo de enfrentar «a desigualdade que gera violência». Tantas propostas, muita criatividade e grande esperança na vossa voz, que talvez tivesse mais motivos para se queixar, permanecer emudecida nos conflitos, cair na tentação do negativo. E no entanto vós olhais para a frente, pensais, debateis, propondes e agis. Congratulo-me convosco, acompanho-vos e peço-vos que continueis a abrir caminhos e a lutar. Isto dá-me força, isto dá-nos força. Acho que este nosso diálogo, que se acrescenta aos esforços de muitos milhões de pessoas que trabalham diariamente pela justiça no mundo inteiro, começa a ganhar raízes.

Gostaria de abordar alguns temas mais específicos, que me sugeristes, que me levaram a refletir e que agora volto a apresentar-vos neste momento.

1. O terror e os muros

No entanto esta germinação, que é lenta — aquela à qual eu me referia — e que tem os seus tempos, como todas as germinações, é ameaçada pela velocidade de um mecanismo destruidor que age em sentido contrário. Existem forças poderosas que podem neutralizar este processo de amadurecimento de uma mudança, que seja capaz de mudar o primado do dinheiro e pôr novamente no centro o ser humano, o homem e a mulher. Aquele «fio invisível» do qual pudemos falar na Bolívia, aquela estrutura injusta que une todas as exclusões que vós padeceis, pode consolidar-se e transformar-se num chicote, num chicote existencial que, como no Egito do Antigo Testamento, escraviza, rouba a liberdade, golpeia sem misericórdia certas pessoas e ameaça constantemente outras, para abater todos como reses, até onde o dinheiro divinizado quiser .

Então, quem governa? O dinheiro. Como governa? Com o chicote do medo, da desigualdade, da violência financeira, social, cultural e militar que gera cada vez mais violência numa espiral descendente que parece infinita. Quanta dor e quanto medo! Existe — como eu disse recentemente — um terrorismo de base que provém do controle global do dinheiro na terra, ameaçando a humanidade inteira. É deste terrorismo de base que se alimentam os terrorismos derivados, como o narcoterrorismo, o terrorismo de Estado e aquele que alguns erroneamente chamam terrorismo étnico ou religioso. Mas nenhum povo, nenhuma religião é terrorista! É verdade, existem pequenos grupos fundamentalistas em toda a parte. Mas o terrorismo começa quando «se expulsa a maravilha da criação, o homem e a mulher, colocando no seu lugar o dinheiro» (Conferência de imprensa no voo de regresso da Viagem Apostólica à Polónia, 31 de julho de 2016). Este sistema é terrorista.

Há quase cem anos, Pio xi previu o afirmar-se de uma ditadura global da economia, à qual ele chamou «imperialismo internacional do dinheiro» (Carta Encíclica Quadragesimo anno, 15 de maio de 1931, n. 109). Refiro-me ao ano de 1931! A sala onde agora nos encontramos chama-se «Paulo vi», e foi Paulo vi que denunciou, há quase cinquenta anos, a «nova forma abusiva de domínio económico nos planos social, cultural e até político» (Carta Apostólica Octogesima adveniens, 14 de maio de 1971, n. 44). No ano de 1971! São palavras duras mas justas dos meus predecessores que perscrutaram o futuro. A Igreja e os profetas dizem há milénios aquilo que tanto escandaliza que o Papa repita neste tempo, no qual tudo isto alcança expressões inéditas. Toda a doutrina social da Igreja e o magistério dos meus predecessores estão revoltados contra o ídolo dinheiro, que reina em vez de servir, tiraniza e aterroriza a humanidade.

Nenhuma tirania se sustém sem explorar os nossos medos. Esta é uma chave! Por isso, cada tirania é terrorista. E quando este terror, que foi semeado nas periferias com massacres, saques, opressões e injustiças, eclode nos centros sob várias formas de violência, até com atentados hediondos e infames, os cidadãos que ainda conservam alguns direitos são tentados pela falsa segurança dos muros físicos ou sociais. Muros que encerram alguns e exilam outros. Por um lado, cidadãos murados, apavorados; e por outro, excluídos, exilados, ainda mais aterrorizados. É esta a vida que Deus, nosso Pai, deseja para os seus filhos?

O medo é alimentado, manipulado… Porque, além de ser um bom negócio para os comerciantes de armas e de morte, o medo debilita-nos, desestabiliza-nos, destrói as nossas defesas psicológicas e espirituais, anestesia-nos diante do sofrimento do próximo e no final torna-nos cruéis. Quando sentimos que se festeja a morte de um jovem que talvez tenha errado o caminho, quando vemos que se prefere a guerra à paz, quando vemos que se propaga a xenofobia, quando constatamos que propostas intolerantes ganham terreno; por detrás de tal crueldade, que parece massificar-se, sopra o frio vento do medo. Peço-vos que rezeis por todos aqueles que têm medo; oremos a fim de que Deus lhes infunda coragem e que neste Ano da misericórdia os nossos corações possam sensibilizar-se. A misericórdia não é fácil, não é fácil… exige coragem! É por isso que Jesus nos diz: «Não tenhais medo!» (Mt 14, 27), porque a misericórdia é o melhor antídoto contra o medo. É muito melhor do que os remédios antidepressivos e tranquilizantes. Muito mais eficaz do que os muros, as grades, os alarmes e as armas. E é grátis: uma dádiva de Deus.

Caros irmãos e irmãs, todos os muros ruem. Todos! Não nos deixemos enganar. Como vós mesmos dissestes: «Continuemos a trabalhar para construir pontes entre os povos, pontes que nos permitam derrubar os muros da exclusão e da exploração» (Documento conclusivo do segundo encontro mundial dos movimentos populares, 11 de julho de 2015, Santa Cruz de la Sierra, Bolívia). Enfrentemos o terror com o amor!

O segundo ponto que desejo abordar é: Amor e pontes

Num dia como este, num sábado, Jesus fez duas coisas que, como nos diz o Evangelho, apressaram a conspiração para o matar. Passava com os seus discípulos por um campo de semeadura. Os discípulos tinham fome e comeram algumas espigas. Nada se diz acerca do «dono» daquele campo… o que lhe está subjacente é o destino universal dos bens. Certamente, diante da fome Jesus deu prioridade à dignidade dos filhos de Deus, sobre uma interpretação formalista, conciliante e interessada pela norma. Quando os doutores da lei se queixaram com indignação hipócrita, Jesus recordou-lhes que Deus quer amor, não sacrifícios, e explicou que o sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado (cf. Mc 2, 27). Enfrentou o pensamento hipócrita e presunçoso com a inteligência humilde do coração (cf. Homilia no I Congreso de evangelización de la cultura, Buenos Aires, 3 de novembro de 2006), que dá sempre a prioridade ao homem e não aceita que determinadas lógicas impeçam a sua liberdade de viver, amar e servir o próximo.

Em seguida, naquele mesmo dia, Jesus fez algo «pior», uma coisa que irritou ainda mais os hipócritas e os soberbos que o observavam, porque procuravam uma desculpa para o capturar. Curou a mão atrofiada de um homem. A mão, um sinal tão forte de ação, de trabalho. Jesus restituiu àquele homem a capacidade de trabalhar e, com ela, a sua dignidade. Quantas mãos atrofiadas, quantas pessoas desprovidas da dignidade do trabalho! Porque para defender sistemas injustos, os hipócritas opõem-se a tais curas. Às vezes penso que quando vós, pobres organizados, inventais o vosso trabalho, criando uma cooperativa, recuperando uma fábrica falida, reciclando os descartes da sociedade consumista, enfrentando a inclemência do tempo para vender numa praça, reivindicando um pequeno pedaço de terra para cultivar e alimentar quem tem fome, quando fazeis isto imitais Jesus porque procurais curar, mesmo que seja só um pouco e de modo precário, esta atrofia do sistema socioeconómico imperante que é o desemprego. Não me surpreende que inclusive vós, por vezes, sois controlados ou perseguidos, e também não me causa admiração que os soberbos não se interessem por aquilo que vós dizeis.

Naquele sábado Jesus arriscou a sua vida porque, depois de ter curado a mão, os fariseus e os herodianos (cf. Mc 3, 6), dois partidos opostos entre si, que temiam o povo e também o império, fizeram os seus cálculos e conspiraram para o matar. Sei que muitos de vós arriscam a vida. Sei — e desejo recordá-lo, quero recordá-la — que hoje alguns não estão aqui porque apostaram a sua vida… Por isso, não há maior amor do que dar a própria vida. É isto que Jesus nos ensina.

Os «3 t», o vosso grito que faço meu, têm algo daquela inteligência humilde mas ao mesmo tempo vigorosa e purificadora. Um projeto-ponte dos povos diante do projeto-muro do dinheiro. Um programa que visa o desenvolvimento humano integral. Alguns sabem que o nosso amigo, Cardeal Turkson, agora preside ao Dicastério que tem o seguinte nome: Desenvolvimento Humano Integral. O contrário do desenvolvimento, poder-se-ia dizer, é a atrofia, a paralisia. Temos o dever de ajudar a curar o mundo da sua atrofia moral. Este sistema atrofiado é capaz de fornecer algumas «próteses» cosméticas que não constituem verdadeiros desenvolvimentos: crescimento da economia, progressos tecnológicos, maior «eficiência» para produzir coisas que se compram, se usam e se abandonam, englobando-nos todos numa vertiginosa dinâmica do descarte… Mas este mundo não permite o desenvolvimento do ser humano na sua totalidade, o desenvolvimento que não se reduz ao consumo, que não se limita ao bem-estar de poucos, que inclui todos os povos e as pessoas na plenitude da sua dignidade, desfrutando fraternalmente da maravilha da criação. Este é o desenvolvimento do qual nós temos necessidade: humano, integral, respeitador da criação, desta casa comum.

Outro ponto é: Falência e resgate

Estimados irmãos, quero compartilhar convosco algumas reflexões sobre outros dois temas que, juntamente com os «3 t» e com a ecologia integral, estiveram no centro dos vossos debates dos últimos dias, e são fulcrais nestes período histórico.

Sei que dedicastes um dia ao drama dos migrantes, dos refugiados e dos deslocados. Como agir diante desta tragédia? No Dicastério do qual é responsável o Cardeal Turkson há uma secção que se ocupa destas situações. Decidi que, pelo menos durante um certo tempo, tal setor dependa diretamente do Pontífice, porque se trata de uma situação infamante, que só posso descrever com uma palavra que me brotou espontaneamente em Lampedusa: vergonha!

Ali, assim como em Lesbos, pude sentir de perto o sofrimento de numerosas famílias expulsas da sua terra por motivos ligados à economia ou por violências de todos os tipos, multidões exiladas — eu disse-o diante das autoridades do mundo inteiro — por causa de um sistema socioeconómico injusto e das guerras que não foram procuradas nem criadas por aqueles que hoje padecem a dolorosa erradicação da sua pátria, mas ao contrário por muitos daqueles que se recusam a recebê-los.

Faço minhas as palavras do meu irmão, o Arcebispo Hieronymos da Grécia: «Quem fita os olhos das crianças que encontramos nos campos de refugiados é capaz de reconhecer imediatamente, na sua totalidade, a “falência” da humanidade» (Discurso no campo de refugiados de Moria, Lesbos, 16 de abril de 2016). O que acontece com o mundo de hoje que, quando se verifica a falência de um banco, imediatamente aparecem quantias escandalosas para o salvar, mas quando ocorre esta falência da humanidade praticamente não aparece nem uma milésima parte para salvar aqueles irmãos que sofrem tanto? E assim o Mediterrâneo tornou-se um cemitério, e não apenas o Mediterrâneo… muitos cemitérios perto dos muros, muros manchados de sangue inocente. Nos dias deste encontro — sois vós que o dizeis no vídeo — quantos são os mortos no Mediterrâneo?

O medo endurece o coração e transforma-se em crueldade cega, que se recusa a ver o sangue, a dor, a face do próximo. Quem o disse foi o meu irmão, o Patriarca Bartolomeu: «Quem tem medo de vós não vos fitou nos olhos. Quem tem receio de vós não viu os vossos rostos. Quem tem medo não vê os vossos filhos, esquece-se que a dignidade e a liberdade transcendem o medo e superam a divisão. Esquece-se que a migração não é um problema do Médio Oriente e da África setentrional, da Europa e da Grécia. Trata-se de um problema do mundo» (Discurso no campo de refugiados de Moria, Lesbos, 16 de abril de 2016).

É verdadeiramente um problema do mundo. Ninguém deveria ver-se obrigado a fugir da sua pátria. Mas o mal é duplo quando, diante destas circunstâncias terríveis, os migrantes se veem lançados nas garras dos traficantes de pessoas, para atravessar as fronteiras; e é triplo se, chegando à terra na qual julgavam encontrar um porvir melhor, são desprezados, explorados e até escravizados! Pode-se ver isto em qualquer recanto de centenas de cidades. Ou simplesmente não os deixam entrar.

Peço-vos que façais tudo o que for possível; e que nunca vos esqueçais que inclusive Jesus, Maria e José experimentaram a condição dramática dos refugiados. Peço-vos que exerçais aquela solidariedade tão singular que existe entre quantos sofreram. Vós sabeis recuperar fábricas das falências, reciclar aquilo que outros abandonam, criar postos de trabalho, cultivar a terra, construir habitações, integrar bairros segregados e reclamar de modo incessante, como a viúva do Evangelho que pede justiça insistentemente (cf. Lc 18, 1-8). Talvez com o vosso exemplo e a vossa insistência, alguns Estados e Organizações internacionais abram os olhos e adotem medidas adequadas para acolher e integrar plenamente todos aqueles que, por um motivo ou por outro, procuram refúgio longe de casa. E também para enfrentar as profundas causas pelas quais milhares de homens, mulheres e crianças são expulsos cada dia da sua terra natal.

Dar o exemplo e reclamar é um modo de fazer política, e isto leva-me ao segundo tema que debatestes no vosso encontro: a relação entre povo e democracia. Uma relação que deveria ser natural e fluida, mas que corre o perigo de se ofuscar, até se tornar irreconhecível. O fosso entre os povos e as nossas atuais formas de democracia alarga-se cada vez mais, como consequência do enorme poder dos grupos económicos e mediáticos, que parecem dominá-las. Sei que os movimentos populares não são partidos políticos, e permiti-me dizer-vos que, em grande parte, é nisto que se encontra a vossa riqueza, porque exprimis uma forma diferente, dinâmica e vital de participação social na vida pública. Mas não tenhais medo de entrar nos grandes debates, na Política com letra maiúscula, e volto a citar Paulo vi: «A política é uma maneira exigente — mas não é a única — de viver o compromisso cristão ao serviço do próximo» (Carta Apostólica Octogesima adveniens, 14 de maio de 1971, n. 46). Ou então esta frase, que repito muitas vezes e sempre me confundo, não sei se é de Paulo vi ou de Pio xii: «A política é uma das formas mais altas da caridade, do amor».

Gostaria de frisar dois riscos que giram em volta da relação entre movimentos populares e política: o risco de se deixar arquivar e o risco de se deixar corromper.

Primeiro, não se deixar amarrar, porque alguns dizem: a cooperativa, o refeitório, a horta agroecológica, as microempresas, o projeto dos planos assistenciais… até aqui tudo bem. Enquanto vos mantiverdes na divisória das «políticas sociais», enquanto não puserdes em questão a política económica ou a Política com «p» maiúsculo, sois tolerados. Aquela ideia das políticas sociais concebidas como uma política para os pobres, mas nunca com os pobres, nunca dos pobres e muito menos inserida num projeto que reúna os povos, às vezes parece-se com uma espécie de carro mascarado para conter os descartes do sistema. Quando vós, da vossa afeição ao território, da vossa realidade diária, do bairro, do local, da organização do trabalho comunitário, das relações de pessoa a pessoa, ousais pôr em questão as «macrorrelações». quando levantais a voz, quando gritais, quando pretendeis indicar ao poder uma organização mais integral, então deixais de ser tolerados, não sois muito tolerados porque estais a sair da divisória, estais a deslocar-vos para o terreno das grandes decisões que alguns pretendem monopolizar em pequenas castas. Assim a democracia atrofia-se, torna-se um nominalismo, uma formalidade, perde representatividade, vai-se desencantando porque deixa fora o povo na sua luta diária pela dignidade, na construção do seu destino.

Vós, organizações dos excluídos e tantas organizações de outros setores da sociedade, estais chamados a revitalizar, a refundar as democracias que estão a atravessar uma verdadeira crise. Não caiais na tentação da divisória que vos reduz a agentes secundários ou, pior, a meros administradores da miséria existente. Nestes tempos de paralisia, desorientação e propostas destruidoras, a participação como protagonistas dos povos que procuram o bem comum pode vencer, com a ajuda de Deus, os falsos profetas que exploram o medo e o desespero, que vendem fórmulas mágicas de ódio e crueldade, ou de um bem-estar egoísta e uma segurança ilusória.

Sabemos que «enquanto não forem radicalmente solucionados os problemas dos pobres, renunciando à autonomia absoluta dos mercados e da especulação financeira e atacando as causas estruturais da desigualdade social, não se resolverão os problemas do mundo e, em definitivo, problema algum. A desigualdade é a raiz dos males sociais» (Exortação Apostólica Evangelii gaudium, n. 202). Por isso, disse e repito-o, «o futuro da humanidade não está unicamente nas mãos dos grandes dirigentes, das grandes potências e das elites. Está fundamentalmente nas mãos dos povos; na sua capacidade de se organizarem e também nas suas mãos que regem, com humildade e convicção, este processo de mudança» (Discurso no segundo encontro mundial dos movimentos populares, Santa Cruz de la Sierra, 9 de julho de 2015). Também a Igreja pode e deve, sem pretender ter o monopólio da verdade, pronunciar-se e agir especialmente face a «situações nas quais se tocam as chagas e os sofrimentos dramáticos, e nas quais estão envolvidos os valores, a ética, as ciências sociais e a fé» (Intervenção no encontro de juízes e magistrados contra o tráfico de pessoas e o crime organizado, Vaticano, 3 de junho de 2016). Este é o primeiro risco: o risco de se deixar encaixar e o convite a entrar na grande política.

O segundo risco, dizia-vos, é deixar-se corromper. Assim como a política não é uma questão de «políticos», também a corrupção não é um vício exclusivo da política. Há corrupção na política, há corrupção nas empresas, há corrupção nos meios de comunicação, há corrupção nas igrejas e há corrupção também nas organizações sociais e nos movimentos populares. É justo dizer que há uma corrupção radicada nalguns âmbitos da vida económica, em particular na atividade financeira, e que faz menos notícia do que a corrupção diretamente relacionada com o âmbito político e social. É justo dizer que muitas vezes se utilizam os casos de corrupção com más intenções. Mas também é justo esclarecer que quantos escolheram uma vida de serviço têm uma obrigação ulterior que se acrescenta à honestidade com a qual qualquer pessoa deve agir na vida. A medida é muito alta: é preciso ter a vocação para servir com um forte sentido de austeridade e humildade. Isto é válido para os políticos mas também para os dirigentes sociais e para nós pastores. Disse «austeridade» e gostaria de esclarecer ao que me refiro com a palavra austeridade, porque pode ser uma palavra equívoca. Pretendo dizer austeridade moral, austeridade no modo de viver, austeridade na maneira como levo por diante a minha vida, a minha família. Austeridade moral e humana. Porque em âmbito científico, científico-económico, se quiserdes, ou das ciências do mercado, austeridade é sinónimo de adaptação… Não me refiro a isto, não estou a falar disto.

A qualquer pessoa que seja demasiado apegada às coisas materiais ou ao espelho, a quem ama o dinheiro, os banquetes exuberantes, as casas sumptuosas, roupas de marca, carros de luxo, aconselharia que compreenda o que está a acontecer no seu coração e que reze a Deus para que o liberte destes laços. Mas, parafraseando o ex-presidente latino-americano que está aqui, todo aquele que seja apegado a estas coisas, por favor, que não entre na política, não entre numa organização social ou num movimento popular, porque causaria muitos danos a si mesmo, ao próximo e sujaria a nobre causa que empreendeu. * E que também não entre no seminário!

Diante da tentação da corrupção, não há remédio melhor do que a austeridade, a austeridade moral, pessoal: e praticar a austeridade é, ainda mais, pregar com o exemplo. peço-vos que não subestimeis o valor do exemplo porque tem mais força do que mil palavras, mil panfletos, mil «gosto», mil retweets, mil vídeos no youtube. O exemplo de uma vida austera ao serviço do próximo é o modo melhor para promover o bem comum e o projeto-ponte dos «3 t». Peço a vós dirigentes que não vos canseis de praticar esta austeridade moral, pessoal, e peço a todos que exijam dos dirigentes esta austeridade, que — de resto — os fará sentir-se muito felizes.

Queridos irmãos e irmãs, a corrupção, a soberba e o exibicionismo dos dirigentes aumentam o descrédito coletivo, a sensação de abandono e alimenta o mecanismo do medo que apoia este sistema iníquo. Para concluir, gostaria de vos pedir que continueis a contrastar o medo com uma vida de serviço, solidariedade e humildade a favor dos povos e sobretudo dos que sofrem. Podereis errar muitas vezes, todos erramos, mas se perseverarmos neste caminho, cedo ou tarde, veremos os frutos. O amor cura tudo. Alguns sabem que depois do Sínodo sobre a família escrevi um documento que tem como título Amoris laetitia — «A alegria do amor» — um documento sobre o amor nas famílias, mas também naquela outra família que é o bairro, a comunidade, o povo, a humanidade. Um de vós pediu-me para distribuir um fascículo que contém um fragmento do quarto capítulo deste documento. Penso que vo-lo entregarão à saída. Portanto, com a minha bênção. Nele encontram-se alguns «conselhos úteis» para praticar o mandamento mais importante de Jesus.

Na Amoris laetitia cito um saudoso líder afro-americano, Martin Luther King, o qual sabia escolher sempre o amor fraterno até nos meio das piores preocupações e humilhações. Quero recordá-lo hoje convosco: «Quando te elevas ao nível do amor, da sua grande beleza e poder, a única coisa que procuras derrotar são os sistemas malignos. Amas as pessoas que caíram na armadilha daquele sistema, mas procuras derrotar aquele sistema […] Ódio por ódio só intensifica a existência do ódio e do mal no universo. Se eu te firo e tu me feres, e restituo-te a pancada e tu restituis-me a pancada, e assim por diante, é evidente que se continua sem fim. Simplesmente nunca acaba. Nalguma parte, deve haver alguém que tem um pouco de bom senso, e aquela é a pessoa forte. A pessoa forte é aquela que é capaz de cortar a cadeia do ódio, a cadeia do mal» (n. 118; Sermão na igreja batista de Dexter Avenue, Montgomery, Alabama, 17 de novembro de 1957). Disse isto em 1957.

Agradeço-vos de novo o vosso trabalho, a vossa presença. Desejo pedir a Deus nosso Pai que vos acompanhe e vos abençoe, que vos encha do seu amor e vos defenda no caminho dando-vos em abundância a força que nos mantém em pé e nos dá a coragem para cortar a cadeia do ódio: aquela força é a esperança. Peço-vos por favor que rezeis por mim, e aos que não podem rezar, sabei-lo, pensai bem de mim e mandai-me uma boa onda. Obrigado!

* A correção é minha: No site do vaticano está: “E que também entre no seminário”. No italiano (original) está: “E che neanche si metta nel seminario”. Faltou a palavra “não”, mas o sentido é claro.


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33º Domingo do Tempo Comum: dia 13 de novembro de 2016

Na diocese de São José dos Campos, o folheto litúrgico desse final de semana é dedicado à reflexão sobre o Dízimo. Por isso, as leituras e orações foram substituídas por outros textos conforme a proposta da equipe responsável. Por opção própria, nas comunidades em que sou responsável na direção da liturgia, prefiro manter os textos bíblicos e as orações previstas no calendário litúrgico. Para tanto, preparei um texto com essas orações e leituras, que apresento aqui abaixo.

Pe. Rogério Neves

33º DOMINGO Tempo Comum

 

  1. CANTO DE ABERTURA

 

  1. SAUDAÇÃO

– Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. – Amém.

– A graça de nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco.

– Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo.

 

  1. ATO PENITENCIAL

– Em Jesus Cristo, o justo, que intercede por nós e nos reconcilia com o Pai, abramos nosso espírito ao arrependimento para sermos menos indignos de aproximar-nos da mesa do Senhor (pausa).

– Senhor, que viestes salvar os corações arrependidos, tende piedade de nós.

– Senhor, tende piedade de nós!

– Cristo, que viestes chamar os pecadores, tende piedade de nós.

– Cristo, tende piedade de nós!

– Senhor, que intercedei por nós junto do Pai, tende piedade de nós.

– Senhor, tende piedade de nós!

– Deus todo-poderoso tenha compaixão de nós, perdoe os nossos pecados e nos conduza à vida eterna. – Amém.

 

  1. HINO DE LOUVOR

Glória a Deus nas alturas, / e paz na terra aos homens por Ele amados. / Senhor Deus, rei dos céus, / Deus Pai Todo-Poderoso: / nós vos louvamos, / nós vos bendizemos, / nós vos adoramos, / nós vos glorificamos, / nós vos damos graças / por vossa imensa glória. / Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito, / Senhor Deus, Cordeiro de Deus, / Filho de Deus Pai. / Vós que tirais o pecado do mundo, / tende piedade de nós. / Vós que tirais o pecado do mundo, acolhei a nossa súplica. / Vós que estais à direita do Pai, tende piedade de nós. / Só vós sois o Santo, / só vós, o Senhor, / só vós, o Altíssimo, Jesus Cristo, / com o Espírito Santo, / na glória de Deus Pai. Amém.

 

  1. ORAÇÃO DA COLETA

OREMOS (Silêncio): Senhor nosso Deus, fazei que a nossa alegria consista em vos servir de todo o coração, pois só teremos felicidade completa servindo a vós, o criador de todas as coisas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. – Amém.

 

  1. 1ª Leitura – Ml 3,19-20a

Nascerá para vós o sol da justiça.

Leitura da Profecia de Malaquias

19Eis que virá o dia, abrasador como fornalha, em que todos os soberbos e ímpios serão como palha; e esse dia vindouro haverá de queimá-los, diz o Senhor dos exércitos, tal que não lhes deixará raiz nem ramo. 20aPara vós, que temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça, trazendo salvação em suas asas. Palavra do Senhor.

 

  1. Salmo – Sl 97,5-6.7-8.9a.9bc (R. cf. 9)

R.O Senhor virá julgar a terra inteira; com justiça julgará.

 

5Cantai salmos ao Senhor ao som da harpa* e da cítara suave! 6Aclamai, com os clarins e as trombetas,* ao Senhor, o nosso Rei! R.

 

7Aplauda o mar com todo ser que nele vive,* o mundo inteiro e toda gente! 8As montanhas e os rios batam palmas* e exultem de alegria. R.

 

9aExultem na presença do Senhor, pois ele vem,* vem julgar a terra inteira. 9bJulgará o universo com justiça* 9ce as nações com eqüidade. R.

 

  1. 2ª Leitura – 2Ts 3,7-12

Quem não quer trabalhar, também não deve comer.

Leitura da Segunda Carta de São Paulo aos Tessalonicenses

Irmãos: 7Bem sabeis como deveis seguir o nosso exemplo, pois não temos vivido entre vós na ociosidade. 8De ninguém recebemos de graça o pão que comemos. Pelo contrário, trabalhamos com esforço e cansaço, de dia e de noite, para não sermos pesados a ninguém. 9Não que não tivéssemos o direito de fazê-lo, mas queríamos apresentar-nos como exemplo a ser imitado. 10Com efeito, quando estávamos entre vós, demos esta regra: ‘Quem não quer trabalhar, também não deve comer’. 11Ora, ouvimos dizer que entre vós há alguns que vivem à toa, muito ocupados em não fazer nada. 12Em nome do Senhor Jesus Cristo, ordenamos e exortamos a estas pessoas que, trabalhando, comam na tranqüilidade o seu próprio pão. Palavra do Senhor.

 

  1. ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO

 

  1. Evangelho – Lc 21,5-19

É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida!

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas

Naquele tempo: 5Algumas pessoas comentavam a respeito do Templo que era enfeitado com belas pedras e com ofertas votivas. Jesus disse: 6’Vós admirais estas coisas? Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído.’ 7Mas eles perguntaram: ‘Mestre, quando acontecerá isto? E qual vai ser o sinal de que estas coisas estão para acontecer? 8Jesus respondeu: ‘Cuidado para não serdes enganados, porque muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Sou eu!’ e ainda: ‘O tempo está próximo.’ Não sigais essa gente! 9Quando ouvirdes falar de guerras e revoluções, não fiqueis apavorados. É preciso que estas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim.’ 10E Jesus continuou: ‘Um povo se levantará contra outro povo, um país atacará outro país. 11Haverá grandes terremotos, fomes e pestes em muitos lugares; acontecerão coisas pavorosas e grandes sinais serão vistos no céu. 12Antes, porém, que estas coisas aconteçam, sereis presos e perseguidos; sereis entregues às sinagogas e postos na prisão; sereis levados diante de reis e governadores por causa do meu nome. 13Esta será a ocasião em que testemunhareis a vossa fé. 14Fazei o firme propósito de não planejar com antecedência a própria defesa; 15porque eu vos darei palavras tão acertadas, que nenhum dos inimigos vos poderá resistir ou rebater. 16Sereis entregues até mesmo pelos próprios pais, irmãos, parentes e amigos. E eles matarão alguns de vós. 17Todos vos odiarão por causa do meu nome. 18Mas vós não perdereis um só fio de cabelo da vossa cabeça. 19É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida! Palavra da Salvação.

 

  1. PROFISSÃO DE FÉ

Creio em Deus Pai Todo-Poderoso, / criador do céu e da terra. / E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, que foi concebido pelo poder do Espírito Santo; / nasceu da Virgem Maria; / padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado. / Desceu à mansão dos mortos; / ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos céus; / está sentado à direita de Deus Pai Todo-Poderoso, / donde há de vir a julgar os vivos e os mortos. / Creio no Espírito Santo; / na Santa Igreja Católica; / na comunhão dos santos; / na remissão dos pecados; / na ressurreição da carne; / na vida eterna. Amém.

 

  1. ORAÇÃO DA COMUNIDADE

– Irmãos, Deus é o Senhor da história, dirijamo-nos a ele com confiança para que com sua graça sustente nossa fraqueza.

  1. Fortalecei vossa Igreja na sua missão, para que ela sempre anuncie a esperança e a força da paz em todos os povos e nações, rezemos.

– Senhor, escutai a nossa prece.

  1. Dai-nos um coração manso e humilde, capaz de perdoar e se compadecer com o sofrimento alheio e as necessidades dos pobres, rezemos.
  2. Ajudai-nos a dispor dos nossos dons e do nosso tempo em favor da comunidade, colaborando para a edificação de uma sociedade justa e solidária, rezemos.
  3. Abençoai a todos os dizimistas, para que continuem vivendo com alegria e fidelidade esta expressão de verdadeira gratidão a Deus, rezemos.
  4. Inspirai a nós todos para que, ao encerrarmos em nossa Diocese o Ano Santo da Misericórdia, possamos viver constantemente em nosso dia a dia as obras de misericórdia e a solidariedade com os que sofrem, rezemos.

– Senhor, que nos prometestes auxílio nas dificuldades do tempo presente, concedei-nos ser perseverantes até o fim. Por Cristo nosso Senhor. – Amém

 

  1. APRESENTAÇÃO DAS OFERENDAS

 

  1. ORAÇÃO

– Orai, irmãos e irmãs, …

(Sobre as Oferendas)

Concedei, Senhor nosso Deus, que a oferenda colocada sob o vosso olhar nos alcance a graça de vos servir e a recompensa de uma eternidade feliz. Por Cristo, nosso Senhor. – Amém.

 

  1. ORAÇÃO EUCARÍSTICA V

– O Senhor esteja convosco …

É JUSTO e nos faz todos ser mais santos louvar a vós, ó Pai, no mundo inteiro, de dia e de noite, agradecendo com Cristo, vosso Filho, nosso irmão. É Ele o sacerdote verdadeiro que sempre se oferece por nós todos, mandando que se faça a mesma coisa que fez naquela ceia derradeira. Por isso, aqui estamos bem unidos, louvando e agradecendo com alegria, juntando nossa voz à voz dos santos todos, para cantar (dizer):

– Santo, Santo, Santo, …

SENHOR, vós que sempre quisestes ficar muito perto de nós, vivendo conosco no Cristo, falando conosco por Ele, mandai vosso Espírito Santo a fim de que as nossas ofertas se mudem no Corpo † e no Sangue de nosso Senhor Jesus Cristo.

– Mandai vosso Espírito Santo!

NA NOITE em que ia ser entregue, ceando com seus apóstolos, Jesus, tendo o pão em suas mãos, olhou para o céu e deu graças, partiu o pão e o entregou a seus discípulos, dizendo: TOMAI, TODOS, E COMEI: ISTO É O MEU CORPO, QUE SERÁ ENTREGUE POR VÓS.

Do mesmo modo, no fim da Ceia, tomou o cálice em suas mãos, deu graças novamente e o entregou a seus discípulos, dizendo: TOMAI, TODOS, E BEBEI: ESTE É O CÁLICE DO MEU SANGUE, O SANGUE DA NOVA E ETERNA ALIANÇA, QUE SERÁ DERRAMADO POR VÓS E POR TODOS PARA REMISSÃO DOS PECADOS. FAZEI ISTO EM MEMÓRIA DE MIM.

Tudo isto é mistério da fé!

– Toda vez que se come deste Pão, toda vez que se bebe deste Vinho, se recorda a paixão de Jesus Cristo e se fica esperando sua volta.

RECORDAMOS, ó Pai, neste momento, a paixão de Jesus, nosso Senhor, sua ressurreição e ascensão; nós queremos a vós oferecer este Pão que alimenta e que dá vida, este Vinho que nos salva e dá coragem.

– Recebei, ó Senhor, a nossa oferta.

E QUANDO recebermos Pão e Vinho, o Corpo e Sangue dele oferecidos, o Espírito nos una num só corpo, para sermos um só povo em seu amor.

– O Espírito nos una num só corpo.

PROTEGEI vossa Igreja que caminha nas estradas do mundo rumo ao céu, cada dia renovando a esperança de chegar junto a vós, na vossa paz.

– Caminhamos na estrada de Jesus.

DAI ao santo Padre, o Papa Francisco, ser bem firme na Fé, na Caridade, e a Cesar que é Bispo desta Igreja, muita luz para guiar o seu rebanho.

– Caminhamos na estrada de Jesus.

ESPERAMOS entrar na vida eterna com a Virgem, Mãe de Deus e da Igreja, os apóstolos e todos os santos que na vida souberam amar Cristo e seus irmãos.

– Esperamos entrar na vida eterna.

A TODOS que chamastes para outra vida na vossa amizade, e aos marcados com o sinal da fé, abrindo vossos braços, acolhei-os. Que vivam para sempre bem felizes no Reino que para todos preparastes.

– A todos dai a luz que não se apaga.

E A NÓS, que agora estamos reunidos e somos povo santo e pecador, dai força para construirmos juntos o vosso Reino que também é nosso.

POR CRISTO, com Cristo, em Cristo, a vós, Deus Pai Todo-Poderoso, na unidade do Espírito Santo, toda a honra e toda a glória, agora e para sempre. – Amém!

 

  1. RITO DA COMUNHÃO

– O Senhor nos comunicou o seu Espírito. Com a confiança e a liberdade de filhos e filhas, digamos juntos:

– PAI NOSSO…

– Livrai-nos de todos os males, ó Pai, e dai-nos hoje a vossa paz. Ajudados pela vossa misericórdia, sejamos sempre livres do pecado e protegidos de todos os perigos, enquanto, vivendo a esperança, aguardamos a vinda do Cristo Salvador.

– Vosso é o reino, o poder e a glória para sempre!

– Senhor Jesus Cristo, dissestes aos vossos Apóstolos: Eu vos deixo a paz, eu vos dou a minha paz. Não olheis os nossos pecados, mas a fé que anima vossa Igreja; dai-lhe, segundo o vosso desejo, a paz e a unidade. Vós, que sois Deus, com o Pai e o Espírito Santo. – Amém.

– A paz do Senhor esteja sempre convosco.

– O amor de Cristo nos uniu.

– Como filhos e filhas do Deus da paz, saudai-vos com um gesto de comunhão fraterna.

– Cordeiro de Deus, …

– Provai e vede como o Senhor é bom; feliz de quem nele encontra seu refúgio. Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.

– Senhor, eu não sou digno (a) …

 

  1. CANTO DA COMUNHÃO

 

  1. ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO

OREMOS: Tendo recebido em comunhão o Corpo e o Sangue do vosso Filho, concedei, ó Deus, possa esta eucaristia, que ele mandou celebrar em sua memória, fazer-nos crescer em caridade. Por Cristo, nosso Senhor. – Amém.

 

  1. BÊNÇÃO E DESPEDIDA

– O Senhor esteja convosco!

– Ele está no meio de nós.

– Que o Deus de toda consolação disponha na sua paz os vossos dias e vos conceda a sua bênção. – Amém.

– Sempre vos liberte de todos os perigos e confirme os vossos corações em seu amor. – Amém.

– E assim, ricos em esperança, fé e caridade, possais viver praticando o bem e chegar felizes à vida eterna. – Amém.

– Abençoe-vos Deus Todo-Poderoso, Pai e Filho † e Espírito Santo. – Amém.

– Glorificai o Senhor com vossa vida; ide em paz e o Senhor vos acompanhe.

– Graças a Deus.

ENEM 2016: uma redação sobre Tolerância Religiosa

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Uma interessante reflexão sobre o tema da redação do ENEM deste ano

Gabarita, Povo Católico!

O MEC propôs o tema “Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil” para a redação do ENEM 2016. Que legal! Seria essa uma tentativa de esquerdar um pouco mais os nossos jovens ou de finalmente endireitá-los? Em todo o caso nós de O Catequista resolvemos dar a nossa contribuição e apresentar nossa redação também!

A intolerância religiosa no Brasil é algo absolutamente evidente e talvez um dos maiores problemas desse país. Discorda? Bem, vejamos… segundo o IBGE, 92% da população brasileira é religiosa, sendo 86% cristã e 65%… católica! Dito isto, como explicar que a esmagadora maioria das políticas públicas e da produção cultural sejam dedicadas a desconstruir e combater os valores da quase totalidade da população? Tanta forçação de barra só pode ser intolerância religiosa!

Nos perguntamos também: como explicar nosso judiciário tentando criar cada vez mais oportunidades para que a indústria do aborto se instale no país? A última desculpa esfarrapada foi a epidemia de Zika, que quase se tornou mais um motivo para matar bebês, com o devido apoio de toda a grande mídia.

Aliás, vale lembrar a repercussão da PL 5069/2013 que fecha a brecha para ao aborto indiscriminado no país (saiba mais aqui). Ela nem foi a plenário ainda (apenas passou na Comissão de Constituição e Justiça) e já foi alvo de amplo mimimi de todos os lados. O engraçado é que quando se fala em religião, os defensores do aborto imediatamente tentam desqualificar qualquer argumentação. Ora… mas esse argumento não representaria 92% da população? Só pode ser intolerância.

Como explicar a avacalhação do conceito de família? Recentemente a justiça reconheceu a união civil homossexual, a poligamia (com a alcunha fofa de “poliamor”) e a onda continua… Agora os professores querem garantir que as crianças já saiam avacalhadas da escola, por meio da ideologia de gênero. Legal! As famílias mandam seus filhos para a escola e a educação que o país oferece os coloca contra os pais e seus valores religiosos. Só pode ser intolerância.

Como explicar a hostilidade contra políticos que se digam religiosos? Ué… eles não representam a quase totalidade da população? Pois mesmo assim, falam em tirar crucifixos das repartições públicas, em não misturar política com valores religiosos e conduzem o país rumo a um sistema absolutamente incompatível com qualquer religiosidade (comunismo/socialismo). Será que querem tirar 92% da população do poder? Isso não era uma democracia? Só pode ser intolerância.

Como explicar uma produção cultural sustentada acintosamente com o dinheiro do povo e que parece só saber explorar temas contra a família e a religião? Isso sem contar as vezes em que cometem vilipêndio explícito, desrespeitando símbolos cristãos. Só pode ser intolerância.

Enfim. Como explicar esse país? Como explicar tanto desrespeito com a maioria da população, que é cristã? Só pode ser… hmmm… Pensando bem, depois de tudo isso, retiro o que eu disse.

Retiro mesmo. Não é intolerância. Uma parcela tão grande da população não deveria ficar calada diante de tanto desprezo pelos seus valores. Não deveria votar em políticos que fossem contra a família ou contra a vida. Não deveria dar audiência para quem debochasse de nossos símbolos religiosos. Não deveria tentar esconder sua religiosidade em nome de um tal “laicismo” que na verdade é apenas ateísmo.

Nosso problema é a TOLERÂNCIA.

09 de novembro de 2016

ENEM 2016: uma redação sobre Tolerância Religiosa

Declaração conjunta entre a Igreja Católica e Igreja Luterana – 31.10.2016

DECLARAÇÃO CONJUNTA

por ocasião da comemoração conjunta católico-luterana da Reforma

Lund, 31 de outubro de 2016

«Permanecei em Mim, que Eu permaneço em vós. Tal como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, mas só permanecendo na videira, assim também acontecerá convosco, se não permanecerdes em Mim» (Jo 15, 4).

Com coração agradecido

Com esta Declaração Conjunta, expressamos jubilosa gratidão a Deus por este momento de oração comum na Catedral de Lund, com que iniciamos o ano comemorativo do quinto centenário da Reforma. Cinquenta anos de constante e frutuoso diálogo ecuménico entre católicos e luteranos ajudaram-nos a superar muitas diferenças e aprofundaram a compreensão e confiança entre nós. Ao mesmo tempo, aproximamo-nos uns dos outros através do serviço comum ao próximo – muitas vezes em situações de sofrimento e de perseguição. Graças ao diálogo e testemunho compartilhado, já não somos desconhecidos; antes, aprendemos que aquilo que nos une é maior do que aquilo que nos separa.

Do conflito à comunhão

Ao mesmo tempo que estamos profundamente gratos pelos dons espirituais e teológicos recebidos através da Reforma, também confessamos e lamentamos diante de Cristo que luteranos e católicos tenham ferido a unidade visível da Igreja. Diferenças teológicas foram acompanhadas por preconceitos e conflitos, e instrumentalizou-se a religião para fins políticos. A nossa fé comum em Jesus Cristo e o nosso Batismo exigem de nós uma conversão diária, graças à qual repelimos as divergências e conflitos históricos que dificultam o ministério da reconciliação. Enquanto o passado não se pode modificar, aquilo que se recorda e o modo como se recorda podem ser transformados. Rezamos pela cura das nossas feridas e das lembranças que turvam a nossa visão uns dos outros. Rejeitamos categoricamente todo o ódio e violência, passados e presentes, especialmente os implementados em nome da religião. Hoje, escutamos o mandamento de Deus para se pôr de parte todo o conflito. Reconhecemos que fomos libertos pela graça para nos dirigirmos para a comunhão a que Deus nos chama sem cessar.

O nosso compromisso em prol dum testemunho comum

Enquanto superamos os episódios da nossa história que gravam sobre nós, comprometemo-nos a testemunhar juntos a graça misericordiosa de Deus, que se tornou visível em Cristo crucificado e ressuscitado. Cientes de que o modo como nos relacionamos entre nós incide sobre o nosso testemunho do Evangelho, comprometemo-nos a crescer ainda mais na comunhão radicada no Batismo, procurando remover os obstáculos ainda existentes que nos impedem de alcançar a unidade plena. Cristo quer que sejamos um só, para que o mundo possa acreditar (cf. Jo 17, 21).

Muitos membros das nossas comunidades anseiam por receber a Eucaristia a uma única Mesa como expressão concreta da unidade plena. Temos experiência da dor de quantos partilham toda a sua vida, mas não podem partilhar a presença redentora de Deus na Mesa Eucarística. Reconhecemos a nossa responsabilidade pastoral comum de dar resposta à sede e fome espirituais que o nosso povo tem de ser um só em Cristo. Desejamos ardentemente que esta ferida no Corpo de Cristo seja curada. Este é o objetivo dos nossos esforços ecuménicos, que desejamos levar por diante inclusive renovando o nosso empenho no diálogo teológico.

Rezamos a Deus para que católicos e luteranos saibam testemunhar juntos o Evangelho de Jesus Cristo, convidando a humanidade a ouvir e receber a boa notícia da ação redentora de Deus. Pedimos a Deus inspiração, ânimo e força para podermos continuar juntos no serviço, defendendo a dignidade e os direitos humanos, especialmente dos pobres, trabalhando pela justiça e rejeitando todas as formas de violência. Deus chama-nos a estar perto de todos aqueles que anseiam por dignidade, justiça, paz e reconciliação. Hoje, de modo particular, levantamos as nossas vozes para pedir o fim da violência e do extremismo que ferem tantos países e comunidades, e inumeráveis irmãos e irmãs em Cristo. Exortamos luteranos e católicos a trabalharem juntos para acolher quem é estrangeiro, prestar auxílio a quantos são forçados a fugir por causa da guerra e da perseguição, e defender os direitos dos refugiados e de quantos procuram asilo.

Hoje mais do que nunca, damo-nos conta de que o nosso serviço comum no mundo deve estender-se à criação inteira, que sofre a exploração e os efeitos duma ganância insaciável. Reconhecemos o direito que têm as gerações futuras de gozar do mundo, obra de Deus, em todo o seu potencial e beleza. Rezamos por uma mudança dos corações e das mentes que leve a um cuidado amoroso e responsável da criação.

Um só em Cristo

Nesta auspiciosa ocasião, expressamos a nossa gratidão aos irmãos e irmãs das várias Comunhões e Associações cristãs mundiais que estão presentes e unidos connosco em oração. Ao renovar o nosso compromisso de passar do conflito à comunhão, fazemo-lo como membros do único Corpo de Cristo, no qual estamos incorporados pelo Batismo. Convidamos os nossos companheiros de estrada no caminho ecuménico a lembrar-nos dos nossos compromissos e a encorajar-nos. Pedimos-lhes que continuem a rezar por nós, caminhar connosco, apoiar-nos na observância dos compromissos de religião que hoje manifestamos.

Apelo aos católicos e luteranos do mundo inteiro

Apelamos a todas as paróquias e comunidades luteranas e católicas para que sejam corajosas e criativas, alegres e cheias de esperança no seu compromisso de prosseguir na grande aventura que nos espera. Mais do que os conflitos do passado, há de ser o dom divino da unidade entre nós a guiar a colaboração e a aprofundar a nossa solidariedade. Estreitando-nos a Cristo na fé, rezando juntos, ouvindo-nos mutuamente, vivendo o amor de Cristo nas nossas relações, nós, católicos e luteranos, abrimo-nos ao poder de Deus Uno e Trino. Radicados em Cristo e testemunhando-O, renovamos a nossa determinação de ser fiéis arautos do amor infinito de Deus por toda a humanidade.

Texto original: Inglês

* Viagem Apostólica de Sua Santidade o Papa Francisco à Suécia por ocasião da Comemoração Comum Luterano-católica da Reforma (31 de outubro – 1 novembro de 2016) – Assinatura da Declaração Conjunta, 31.10.2016.

http://press.vatican.va/content/salastampa/it/bollettino/pubblico/2016/10/31/0783/01757.html#port

Tema do Sínodo dos Bispos em 2018

Comunicado: Tema da XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos (outubro de 2018), 06.10.2016

 

O Santo Padre Francisco, depois de ter consultado, como é costume, as Conferências Episcopais, as Igrejas Orientais Católicas sui iuris e a União dos Superiores Gerais, além de ter escutado as sugestões dos Padres da última Assembleia sinodal e o parecer do XIV Conselho Ordinário, estabeleceu que em outubro de 2018 haverá a XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos sobre o tema:

Os jovens, a fé e o discernimento vocacional

O tema , expressão da solicitude pastoral da Igreja para com os jovens, está em continuidade conquanto emergiu das recentes Assembleias sinodais sobre a família e com os conteúdos da Exortação Apostólica pós-sinodal Amoris Laetitia. Esse pretende acompagnar os jovens no seu caminho existencial para a maturidade a fim de que, através de um processo de discernimento, possam descobrir o seu projeto de vida e realizá-lo com alegria, abrindo-se ao encontro com Deus e com os homens e participando ativamente da edificação da Igreja e da sociedade.

Texto original: Italiano (tradução não autorizada)

http://press.vatican.va/content/salastampa/it/bollettino/pubblico/2016/10/06/0712/01594.html